quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

EVANGELHO DO DIA 8 DE JANEIRO

Evangelho segundo S. Lucas 4,14-22a.
Naquele tempo, impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a Galileia e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e todos o elogiavam. Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.» Depois, enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?» 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino 
Sobre a Santíssima Trindade, 42 
«O Espírito do Senhor está sobre Mim»
«Cumpriu-se hoje esta palavra da Escritura que acabais de ouvir: "O Espírito do Senhor repousa sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu" (Is 61,1).» É como se Cristo tivesse dito: Porque o Senhor Me ungiu, Eu disse sim, disse-o verdadeiramente, e volto a dizê-lo: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim. Onde foi, pois, em que momento foi que o Senhor Me ungiu? Ungiu-Me quando fui concebido, ou melhor, ungiu-Me a fim de que fosse concebido no seio de minha Mãe. Porque não foi da semente de um homem que uma mulher Me concebeu, antes uma Virgem Me concebeu da unção do Espírito Santo. Foi então que o Senhor Me assinalou com a unção real; consagrou-Me rei ungindo-Me, ao mesmo tempo que Me consagrava sacerdote. E pela segunda vez, no Jordão, o Senhor consagrou-Me por esse mesmo Espírito. […] 
E porque está o Espírito do Senhor sobre Mim? […] «Ele enviou-me a levar a boa nova aos pobres, a curar os corações despedaçados» (Is 61, 1). Não Me enviou aos orgulhosos nem aos «que têm saúde», mas como «médico aos doentes» e aos corações despedaçados. Não Me enviou «aos justos», mas «aos pecadores» (Mc 2,17). Fez de Mim um «homem de dores, experimentado nos sofrimentos» (Is 53,3), um homem «manso e humilde de coração» (Mt 11,29). Enviou-Me «a anunciar a amnistia aos cativos e a liberdade aos prisioneiros» (Is 61,1). […] A que prisioneiros, ou antes, de que prisão venho anunciar a libertação? A que cativos venho anunciar a liberdade? Desde que «por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte» (Rom 5,12), todos os homens são prisioneiros do pecado, todos são cativos da morte. […] Eu fui enviado «a consolar […] os amargurados de Sião» (Is 61,2-3), todos quantos se afligem por terem sido, devido aos seus pecados, privados e separados de sua mãe, a «Jerusalém lá do alto» (Gal 4,26). […] Sim, consolá-los-ei dando-lhes «uma coroa em vez das cinzas» da penitência, o «óleo da alegria», ou seja, a consolação do Espírito Santo, «em vez do luto» da orfandade e do exílio, uma veste de festa, ou seja, a glória da Ressurreição, «em vez do desespero» (Is 61,3). 

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