Evangelho segundo S. Mateus 11,16-19.
Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: «A quem poderei comparar esta geração? É como os
meninos sentados nas praças, que se interpelam uns aos outros, dizendo: “Tocámos flauta e não dançastes; entoámos lamentações e não chorastes”. Veio João Baptista, que não comia nem bebia, e dizem que tinha o demónio com
ele. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um glutão e um
ébrio, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a sabedoria foi justificada pelas
suas obras».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Protréptico, 9,
87-88; SC 2
«A sabedoria de Deus é justificada»: Deus chama-nos à
conversão
Ninguém é tão tocado pelas exortações dos
outros santos como pelas do Senhor, com todo o seu amor pelos homens, pois a sua
única preocupação é salvar o homem. Assim pois, para mais depressa levar os
homens a salvarem-se, Ele exclama: «O Reino dos céus está próximo» (Mc 1,15),
procurando converter os homens que se aproximam dele. Do mesmo modo, o apóstolo
do Senhor torna-se […] intérprete da voz de Deus: «O Senhor está perto; para que
aquele dia não vos surpreenda como um ladrão» (cf Fil 4,5; 1Tess 5,4).
Mas vós sentis tão pouco temor, ou antes, sois tão incrédulos que
não credes, nem no próprio Senhor nem em Paulo, sobretudo quando este é preso
por Cristo? (Fil 1,13) «Saboreai e vede como é bom o Senhor!» (Sl 33,9) A fé
introduzir-vos-á, a experiência ensinar-vos-á, as Escrituras, qual pedagogo,
guiar-vos-ão. Elas dizem-vos: «Vinde, meus filhos, ouvi-me. Eu vos ensinarei o
temor do Senhor»; e depois, quando já cremos, acrescentam: «Quem é o homem que
ama a vida e deseja largos dias? (Sl 33,12-13) – Somos nós, diremos, os
adoradores do bem, os émulos dos bons. — Escutai então, “vós que estais longe”,
escutai, “vós que estais perto”» (Is 57,19). O Verbo não Se escondeu de ninguém;
Ele é uma luz comum, que brilha para todos os homens, pois para Ele não há
estranhos.
Corramos, pois, para a salvação, para o novo nascimento.
Apressemo-nos, nós que somos muitos, a reunir-nos num só rebanho (Jo 10,16),
persigamos a unidade seguindo apenas a Cristo. Assim, a união de muitas vozes,
quando a sua dissonância e a sua dispersão tiverem sido submetidas à harmonia
divina, constituirá finalmente uma única sinfonia. E o coração, obedecendo ao
seu mestre, o Verbo, apenas encontrará repouso na própria verdade, quando puder
dizer: «Abba, Pai» (Mc 14,36).
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