Evangelho segundo S. Lucas 11,15-26.
Naquele
tempo, Jesus expulsou um demónio, mas alguns dos presentes disseram: «É por
Belzebu, chefe dos demónios, que Ele expulsa os demónios.» Outros, para o
experimentarem, reclamavam um sinal do Céu. Mas Jesus, que conhecia os seus
pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado
e cairá casa sobre casa. Se Satanás também está dividido contra si mesmo,
como há-de manter-se o seu reino? Pois vós dizeis que é por Belzebu que Eu
expulso os demónios. Se é por Belzebu que Eu expulso os demónios, por quem
os expulsam os vossos discípulos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.Mas se Eu expulso os demónios pela mão de Deus, então o Reino de Deus já
chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os
seus bens estão em segurança; mas se aparece um mais forte e o vence,
tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não
está comigo está contra mim, e quem não junta comigo, dispersa.» «Quando um
espírito maligno sai de um homem, vagueia por lugares áridos em busca de
repouso; e, não o encontrando, diz: 'Vou voltar para minha casa, de onde saí.'Ao chegar, encontra-a varrida e arrumada. Vai, então, e toma consigo
outros sete espíritos piores do que ele; e, entrando, instalam-se ali. E o
estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Diádoco de Foticeia (c. 400-?), bispo
Cem Capítulos sobre o Conhecimento, 6, 26ss.; PG 65, 1169ss.
O Espírito Santo triunfa em nós dos espíritos do mal
É luz de verdadeiro conhecimento discernir
sem erro o bem do mal. […] Com efeito, aqueles que combatem devem preservar a
todo o momento a calma do pensamento; assim, o espírito poderá discernir as
sugestões que o atravessam, e depositará no tesouro da memória as que são boas e
vêm de Deus, rejeitando as que são más e diabólicas. Quando o mar está calmo, os
pescadores apercebem-se dos movimentos que têm lugar nas suas profundezas, a tal
ponto que quase nenhum dos seres que as percorrem lhes escapa; mas, quando é
agitado pelos ventos, esconde nessa sombria agitação aquilo que se dispõe a
mostrar nos momentos de tranquilidade. […]
O Espírito Santo é o
único a quem pertence purificar o espírito pois, a menos que venha algum mais
forte que apanhe o ladrão, o produto do roubo não poderá ser recuperado.
Devemos, pois, por todos os meios, mas em especial pela paz da alma, oferecer
uma morada ao Espírito Santo, a fim de termos a lâmpada do conhecimento sempre
acesa em nós. Pois, se ela brilha sem cessar em todos os recessos da alma, não
somente todas as insinuações pesadas e sombrias dos demónios se tornam
evidentes, como ainda enfraquecem consideravelmente, apagadas por esta luz santa
e gloriosa. É por isso que o apóstolo Paulo nos diz: «Não extingais o Espírito!»
(1Tes 5, 19).
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