O Bem-aventurado Bartolo Longo - de satanista a santo
Mas primeiro vamos falar do homem no qual tudo isso aconteceu.
Bartolo Longo nasceu em Latiano (Brindisi) no dia 10 de Fevereiro de 1841, filho do Dr. Bartolomeu Longo e Antonina Luparelli.
Seus pais eram ricos, o que lhe permitiu receber uma boa educação. Como eram católicos devotos, sobretudo sua mãe, ele e seus irmãos cresceram com um profundo amor por Maria.
O Rosário foi implantado no coração de Bartolo desde jovem e com sua família rezava o Rosário em conjunto, todas as noites, meditando sobre a vida de Jesus e Maria. Desde os seus primeiros anos, podiam-se ver as características que iriam catapultá-lo em sua grandeza.
Ele era carismático. Destacou-se em cada coisa que se dedicou. Ele se saiu bem nos seus estudos. Exposto à música desde cedo, gostava de tocar piano e flauta, até mesmo se tornou o maestro da banda da escola.
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Mas a influência de seus pais não estariam sempre com ele.
Veio o tempo em que ele iria entrar na universidade! Como acontece em muitas universidades através dos séculos, Bartolo Longo foi bombardeado com ideias ateístas, anticristãs e heréticas, especialmente em uma aula de filosofia dada por um padre decaído.
Posteriormente, Bartolo caiu na armadilha e começou a sua triste caminhada de distância da Igreja Católica. Ele estava tão completamente tomado pelo ódio que seu professor nutria contra a Fé, que também começou a bradar e bufar contra a Igreja.
Mas seu coração estava sempre em busca do Divino.
O ex-padre lançou a sua âncora na tempestade da necessidade e ele afundou-se cada vez mais. Isto o ajudou a se afundar na lama da decadência. Encontrando-se com alunos que estavam profundamente envolvidos com o ocultismo, ele também começou a se aprofundar no misticismo com os seus companheiros cultistas, frequentando sessões espíritas.
Bartolo Longo ficou tão envolvido (não sendo uma espécie de pessoa com meios-termos) que foi ordenado sacerdote de um culto satânico.
Como seu culto atacava a Igreja, seus sacerdotes, bispos e religiosos, bem como os ritos sagrados da Igreja, ele também ficou absorvido com isso e, com todo o carisma e esforço que teve para se formar em Direito, ele também foi capaz de convencer os outros a desviar-se de Jesus e da sua Igreja.
Deus esperou pacientemente mas, não permitindo que ele continuasse prejudicando a sua alma e a dos outros, por meio das orações incessantes que sua mãe fazia por sua alma, permitiu que Bartolo Longo jejuasse tão severamente que ele quase perdeu sua saúde. Não apenas a sua saúde física mas a mental.
Ele logo encontrou-se afundando mais e mais em uma profunda depressão.
Sua exposição para os rituais e práticas horríveis que ele testemunhou no culto devastaram-lhe tanto que sofreu um colapso mental.
Mas só por um curto período pois Jesus não pôde resistir aos apelos da mãe de Bartolo.
Ainda longe da Igreja Mãe, estava tão à beira do desespero, quando ouviu uma voz semelhante a voz de seu falecido pai chamando-lhe: “Volte para Deus! Volte para Deus!”
O dia finalmente chegou em Nápoles quando, em 1864, Bartolo finalmente concluiu os seus estudos, recebendo um diploma para exercer a advocacia, na que actuou em Nápoles até 1871.
Por causa de todas as orações do Rosário e súplicas de sua mãe, Nossa Senhora interveio e o enviou para Professor Vicente Pepe, um bom amigo que ensinava perto de Nápoles.
Quando Bartolo compartilhou suas experiências e os rituais do culto, o professor ficou tão enojado e enfurecido que sua explosão surpreendeu Bartolo. Desesperadamente gritando por ajuda, Bartolo admitiu que estava profundamente perturbado.
Vicente apresentou Bartolo a um padre dominicano, bem versado na teologia e filosofia de São Tomás de Aquino – o padre Alberto Radente.
Pela graça de Deus e a intercessão de Sua Mãe Maria Santíssima, este querido Padre serviria como confessor e director espiritual, bem como amigo de Bartolo. O padre ajudou-lhe a abandonar todos os laços com o culto satânico, de uma vez por todas.
Ele o preparou para receber os sacramentos, dando a Bartolo um curso extensivo na Fé. Jesus disse: “Esses demónios não podem ser expulso de forma alguma, excepto por oração e jejum.”
Deus enviou Bartolo um guerreiro de oração em Padre Radente. Orou e jejuou por seu jovem. Eu me pergunto se ele sabia o quão grande seria a tarefa que este jovem iria realizar para a glória e honra de Jesus e Maria.
O padre Radente ensinou-lhe a história da Ordem, fundada por São Domingos e confirmada pelo Papa Honório III em 1216.
Ele compartilhou o que significava ser um membro da Ordem Dominicana.
Ele citou o Papa Honório, que declarou que os dominicanos seriam “Campeões da Fé e da verdadeira luz do mundo”.
Em 25 Março de 1871, Bartolo Longo entrou para a Terceira Ordem Dominicana, pelo Padre Radente, ocasião em que foi dado o nome de “irmão Rosário”, por causa de seu grande amor pelo Rosário e à Virgem Maria.
Sofrendo com o mal que tinha feito quando fazia parte do culto, Bartolo tentou reparar o terrível dano que fez às almas daqueles que ele tinha encontrado e convencido a levar uma vida diabólica.
Bartolo Longo ainda visitou uma sessão espírita e, erguendo a medalha da Virgem Maria, gritou: “eu renuncio o espiritismo porque não é nada senão um labirinto de erro e falsidade”.
Lembrando aonde ele foi exposto pela primeira vez a esses pensamentos perigosos e mortais, ele foi para as universidades!
Juntou-se aos jovens em festas e se misturou-se com eles nos cafés, partilhando como ele tinha sido levado a deixar tudo o que lhe era querido – Jesus Cristo e a Igreja Católica.
Da mesma forma brilhante que ele arrastou muitos estudantes inocentes para longe da Verdade, ele levou muitos de volta ao Lar de Jesus e da Igreja.
... Eles eram fascinados por suas palavras e testemunho, e muitas conversões surgiram. Mas ele não estava satisfeito, ele queria fazer mais, tocar muitos – por Jesus e por Maria. O padre Radente aconselhou: “Se você está procurando por salvação, propague o Rosário. É a promessa de Maria. Aquele que propaga o Rosário será salvo.”
Bartolo Longo passou a construir um grande Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Pompeia, na Itália.
Durante esse período compôs numerosas orações – entregando-se todo a Maria – entre as quais duas Novenas e a Súplica a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia. O Santo Padre João Paulo II sublinhou o carisma especial de Bartolo Longo e definiu-o como o “apóstolo do Rosário”, quando da beatificação em 1980. Igualmente, o mesmo Papa cita-o na Carta apostólica sobre o Rosário da Virgem Maria de 16 de Outubro de 2002. Efectivamente, nos seus escritos, Bartolo Longo define o Rosário como “a doce cadeia que nos liga a Deus”.
Com 85 anos de idade, a 5 de Outubro de 1926, depois de uma longa doença, Bartolo entregou a Deus a sua bela alma: encontrava-se então pobre como Job, visto que poucos anos antes tinha entregado à Santa Sé tudo quanto possuía.
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