No último dia do Ano Litúrgico celebramos a
festa de Cristo rei do Universo. É uma festa nova, criada por Pio XI em
11.12.25. A finalidade já está expressa na oração da missa: “restaurar todas as
coisas em Cristo”. Entende levar todas as criaturas a servir à majestade de
Cristo e glorificá-lo eternamente. A festa era celebrada em outubro com este
sentido. Tendo sido transferida para o último domingo do Ano Litúrgico
acrescenta o pensamento de ser Cristo aquele para o qual converge todo o
caminho da Igreja e todo o universo. Ele é a meta de tudo. A primeira leitura
narra a escolha de Davi como rei do povo em substituição a Saul rejeitado por
Deus. O povo diz, justificando a escolha, “Somos teus ossos e tua carne” (2ºSm
5,1), tu tens a ver conosco. Assim Davi se torna o rei de todo o povo e, na sua
descendência, há um rei maior, Jesus. O mesmo podemos dizer: ‘Somos teus ossos
e tua carne, temos muito a ver com Jesus, pois Deus o colocou para nós como
meta de nossos desejos e realizações’. Sem Ele estamos sem quem nos dirija.
Seremos como ovelhas sem pastor. Não temos quem nos dê o sentido da vida.
Declarar Cristo Rei é reconhecê-lo como parte nossa, pois com Ele realizamos um
compromisso, uma aliança.
Que
rei é este?
Aclamar Cristo como rei não é só um gosto
pessoal, mas porque o “Pai nos libertou do poder das trevas e nos colocou no
reino de seu Filho amado por quem temos a redenção e o perdão dos pecados” (Cl 1,13-14). Por mais
que Cristo seja próximo, não deixa de ter a grandeza que possui junto do Pai:
“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura” (Cl
3,15-16). Por sua encarnação é ele é primeiro, o início da renovação do
Universo. “Tudo foi feito por meio dele e sem Ele nada foi feito de tudo o que
existe” (Jo 1,3). O hino de Paulo
continua: Na Igreja Ele é a cabeça do corpo. Ele é princípio, o primogênito
dentro os mortos. Tendo participado de nossa vida, Ele é o princípio de toda a
renovação. Nele habita a plenitude da vida, por isso, em si pode realizar a
reconciliação de todos os seres, realizando a paz pelo sangue da cruz. Por isso
ao oferecer-Lhe um título de rei, que é frágil, queremos significar que O temos
como o tudo de nossa vida.
E
roubou o Céu.
O homem que estava pregado com Jesus no
Calvário tem o nome de Dimas, E é conhecido como o bom ladrão, conforme a
tradição. Ele é figura que nos anima a encontrar em Cristo um tesouro a ser
conquistado. Curioso é que ele o chama pelo nome: “Jesus, lembra-te de mim,
quando estiveres em teu reinado” (Lc 23,42). Reconhecer Jesus como rei é já
entrar no seu reinado. O reinado de Cristo é o Paraíso. “Hoje mesmo estará
comigo no paraíso” (43). Reconhecê-lo como rei é já criar um paraíso dentro de
si, instituindo o novo céu e a nova terra. Dimas, na hora da morte, rouba o
Paraíso, conquista a vida. Vemos que força tem o ato de fé em Jesus que
restaura toda a vida. E conquista a vida plena, no reinado de Cristo. Declará-lo
Rei é viver. No México, os mártires morriam gritando aos comunistas: ‘Viva
Cristo Rei’! E o Céu, acolhendo-os gritava: ‘Viva com Ele’. Celebremos esta
festa agradecendo o que Deus nos ofereceu este ano em Cristo.
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