Evangelho segundo S. Lucas 6,39-42.
Naquele
tempo, disse Jesus aos discípulos ainda esta parábola: «Um cego pode guiar outro
cego? Não cairão os dois nalguma cova? Não está o discípulo acima do mestre,
mas o discípulo bem formado será como o mestre. Porque reparas no argueiro
que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria
vista? Como podes dizer ao teu irmão: 'Irmão, deixa-me tirar o argueiro da
tua vista', tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a
trave da tua vista e, então, verás para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Efrém (c. 306-373), diácono da
Síria, doutor da Igreja
Sermão 3, 2.4-5 (Breviário, 09/06)
"Então verás"
Fazei resplandecer, Senhor, o dia luminoso
da vossa ciência e dissipai as trevas nocturnas da nossa alma, para que seja
iluminada e Vos sirva renovada e pura. O nascer do sol assinala aos mortais o
começo das suas labutas; adornai, Senhor, a morada da nossa alma, para que nela
permaneça o esplendor daquele dia que não tem fim.
Fazei, Senhor, que
cheguemos a contemplar em nós mesmos a vida da ressurreição, e que nada consiga
apartar o nosso espírito das vossas alegrias. Imprimi, Senhor, em nossos
corações o sinal daquele dia que não se rege pelo movimento do sol,
infundindo-nos uma constante orientação para Vós.
Todos os dias Vos
abraçamos nos sacramentos e Vos recebemos no nossos corpo; tornai-nos dignos de
sentir em nós mesmos a ressurreição que esperamos. Com a graça do baptismo
conservamos escondido no nosso corpo o tesouro que nos destes, esse tesouro que
aumenta na mesa dos vossos sacramentos; fazei-nos viver sempre na alegria da
vossa graça.
Nós Vos pedimos que, através daquela beleza espiritual que
a vossa vontade imortal faz resplandecer mesmo nas criaturas mortais, nos leveis
a compreender rectamente a beleza da nossa própria dignidade. […]
A
vossa ressurreição, ó Jesus, faça crescer em nós o homem espiritual e os sinais
dos vossos sacramentos no-lo revelem como num espelho, para o conhecermos cada
vez melhor. […] Concedei, Senhor, que caminhemos velozmente para a nossa pátria
celeste e, como Moisés no alto do monte, a possamos desde já contemplar através
da Revelação.
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