PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
O Pai apresenta
o Filho
Celebramos
o batismo de Jesus. Naquele momento, saindo do meio do povo, apresenta-se a
João para o batismo. Seu batismo não é nosso batismo. É um gesto que dispõe ao
acolhimento da vinda de Deus. Jesus se põe também em abertura total a Deus,
pois diz a João: “Devemos cumprir toda a justiça” (Mt 3,15) - seguir o que Deus
pede a seu povo. Jesus está ali, diante de todo Israel que busca Deus. Depois
do batismo Jesus sai das águas e “então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito
de Deus descendo como pomba e vindo pousar sobre Ele. E dos céus veio a voz:
‘Este é o meu Filho amado no qual pus todo meu agrado (Mt 3,16-17). O Pai apresenta
o Filho como o amado. O profeta Isaías proclamara: “Eis o meu servo ... nEle se
compraz minha alma. Pus meu Espírito sobre Ele. Ele promoverá o julgamento das
nações” (Is 42.1). Em sua atitude de servidor do Pai, aberto a seu projeto para
o mundo, o Filho tem todo o seu agrado e é por Ele apresentado ao povo com uma
missão muito definida: “eu te constituí como centro de aliança do povo, luz das
nações, para abrir os olhos aos cegos, tirar os cativos da prisão e livrar do
cárcere os que vivem nas trevas” (Is 42.6-7). Ele é a expressão máxima das
inúmeras libertações que Deus fez de seu povo. Pedro diz: “Jesus de Nazaré foi
ungido por Deus com o Espírito e o poder. Ele andou por toda a parte fazendo o
bem” (At 10,38). O Pai, mostra seu Filho aos Judeus como restaurador da
dignidade do homem. Jesus é o Filho cheio do Espírito do Pai e repleto de seu
amor.
O batismo
cristão – adoção de filhos
O
batismo de Jesus é o de João Batista, “de preparar para si um povo bem
disposto” (Lc 1,17). Nesse batismo Jesus é ungido pelo Espírito Santo e é
revelado ao mundo como Filho de Deus. Ao revelar o Filho, o Pai demonstra todo
seu amor por Ele. Jesus assume em si a missão de Servo. Sua missão é universal
“os países distantes esperam seus ensinamentos... Eu te constituí como centro
de aliança do povo, luz das nações”. Quando Jesus desce às águas faz jorrar
para nós as futuras águas do batismo onde nascerão os filhos adotivos
“renascidos das águas e do Espírito Santo” (Oração da Missa). Batizados em nome
do Pai do Filho e do Espírito Santo nós recebemos a mesma missão que Jesus
recebe em seu batismo: “estabelecer a justiça sem esmorecer... ser luz das
nações”. Somos também premiados com o mesmo agrado do Pai: “Este é meu filho
amado”. O batismo faz-nos irmãos de Cristo e por isso, com Ele, filhos amados
do Pai.
Batismo é para
todo dia.
Nosso
batismo não ficou para trás. Ele é uma fonte que jorra todos os dias a vida
nova em nossa vida. É uma fonte que não se esgota, como o dia em que nascemos.
Assim reza a oração da missa: “concedei aos vossos filhos adotivos...
perseverar constantemente no Vosso amor ... ouvindo fielmente vosso Filho, para
que , chamados de filhos de Deus, o
sejamos de fato”. É necessário assumir o batismo. Nós o faremos quando o
assumirmos como Jesus assumiu: “passou fazendo o bem”, “abrindo os olhos aos
cegos, tirando os cativos das prisões, livrando do cárcere os que vivem nas
trevas”. Somente quando nos sentirmos amados por Deus como filhos é que teremos
a força de fazer o bem aos irmãos.
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