Evangelho segundo S. Mateus 5,20-26.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se a vossa justiça não superar a dos
doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu.» «Ouvistes o
que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que matar terá de responder em
juízo. Eu, porém, digo-vos: Quem se irritar contra o seu irmão será réu
perante o tribunal; quem lhe chamar 'imbecil’ será réu diante do Conselho; e
quem lhe chamar 'louco’ será réu da Geena do fogo. Se fores, portanto,
apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem
alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai
primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua
oferta. Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto caminhardes
juntos, para não acontecer que ele te entregue ao juiz e este à guarda e te
mandem para a prisão.
Em verdade te digo: Não sairás de lá até que pagues o
último centavo.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Homilia de 29/05/2005
«Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão»
O Cristo que encontramos no sacramento é o
mesmo […] aqui na Europa como na América, em África, na Ásia, na Oceania. É o
mesmo e único Cristo que está presente no pão eucarístico em cada lugar da
terra. Isso significa que só O podemos encontrar com todos os outros. Só O
podemos receber na união. Não foi isso que nos disse o apóstolo Paulo? […] «Uma
vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos
participamos desse único pão» (1Cor 10,17). A consequência é clara: não podemos
comungar com o Senhor, se não comungarmos entre nós. Se nos queremos apresentar
diante dele, temos também de nos dirigir ao encontro uns dos outros. É por isso
que é preciso aprender a grande lição do perdão: não deixar que a nossa alma
seja corroída pelo ressentimento, mas abrir o nosso coração à ampla escuta do
outro, abrir o nosso coração para compreendermos o seu ponto de vista e,
eventualmente, para aceitarmos as suas desculpas e o dom generoso das nossas.
A eucaristia — repitamo-lo — é o sacramento da união. Mas
infelizmente os cristãos estão divididos, e precisamente no sacramento da união.
Sustentados pela eucaristia, devemos sentir-nos cada vez mais incitados a tender
com todas as nossas forças para essa união plena que Cristo desejou ardentemente
no cenáculo (Cf Jo 17,21ss).
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