Evangelho segundo S. Mateus 10,7-13.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus Apóstolos: «Ide e proclamai que está próximo o reino
dos Céus . Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos,
expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça. Não possuais ouro,
nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforge para o caminho, nem duas
túnicas, nem sandálias, nem cajado; pois o trabalhador merece o seu sustento. Em qualquer cidade ou aldeia onde entrardes, procurai saber se há nela
alguém que seja digno, e permanecei em sua casa até partirdes. Ao entrardes
numa casa, saudai-a. Se essa casa for digna, a vossa paz desça sobre ela; se
não for digna, volte para vós.
Da Bíblia Sagrada - Edição
dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilias
sobre o Evangelho, n° 30; PL 76, 1220
São Barnabé, apóstolo que proclama que o Reino dos Céus está
próximo
«Como posso amar alguém que não conheço?»
[…] Se não podemos ver a Deus, temos no entanto outros meios para erguer os
olhos do nosso espírito até Ele. Se não nos é possível vê-Lo em pessoa, podemos,
desde este momento, vê-Lo nos seus servos. Ao observar como eles fazem
maravilhas, ficamos certos de que Deus habita neles. […] Nenhum de nós pode
olhar directamente para o sol, fixando-o no momento em que se levanta em todo o
seu brilho, porque os olhos, ao fixarem-se nos seus raios, ficam encandeados.
Mas olhamos para as montanhas iluminadas pelo sol, e vemos então que ele se
levantou. Do mesmo modo, como não podemos ver em si mesmo o Sol de justiça (Ml
3,20), olhemos para as montanhas que a sua claridade ilumina, isto é, para os
santos apóstolos, que brilham pelas suas virtudes, que resplandecem pelos seus
milagres. […] Com efeito, a força de Deus em si mesma é o sol no céu; a força de
Deus espalhada pelos homens é o sol na Terra […].
Mas a condição
para não tropeçarmos no nosso caminho na Terra é amar a Deus e ao nosso próximo
com todo o espírito (Mt 22,37ss) […]. Eis porque o Espírito foi dado aos
discípulos por duas vezes: primeiro, pelo Senhor que veio à Terra, depois pelo
Senhor já no céu (Jo 20,22; Act 2,2). Ele foi-nos dado na Terra para amarmos o
próximo; no Céu, para amarmos a Deus […]. Compreendemos assim estas palavras de
João: «Aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem
não vê» (1Jo 4,20). Então, meus irmãos, acarinhemos o nosso próximo, amemos quem
está perto de nós, para sermos capazes de amar Aquele que está acima de nós […]
e sermos capazes de fruir, em Deus, de uma alegria perfeita com esse próximo.
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