PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
O
homem mais útil.
Vivemos tempos favoráveis para a
espiritualidade. Há uma busca muito grande por tudo que tenha sabor de
espiritual. Não sem razão, um grande teólogo da Igreja Católica, Karl Rahner,
fez uma afirmação profética: “O homem do século XXI ou será místico ou não
existirá”. Místico está significar um homem voltado para as realidades
espirituais. Cada século tem sua característica. O século XX se caracterizou
por grandes avanços da ciência e, ao mesmo tempo que pela grande crueldade de
guerras e totalitarismo. Porém, subindo a montanha do saber, os homens da
ciência encontraram lá no topo os homens dialogando com Deus. Ser cientista não
significa mais ser ateu, pois a ciência é capaz de levar ao conhecimento de
Deus. “O que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles, pois Deus lho
revelou. Sua realidade invisível – seu eterno poder e sua divindade – tornou-se
inteligível desde a criação do mundo, através das criaturas”(Rm 1,20). O sábio, em primeiro lugar, é aquele que vive a sabedoria de Deus. A
sabedoria de Deus não exclui o estudo e a pesquisa, antes os complementa. Esta
sabedoria que nasce do coração aberto a Deus, torna-se uma fonte para as outras
pessoas. Quando encontramos alguém que sabe rezar, logo ficamos atentos para
aprender. O homem que sabe rezar é o mais útil. Chegando à sabedoria, poderá,
com a ciência, levar o mundo ao crescimento e `a solução dos seus graves
problemas.
Pedagogia
da oração.
Jesus era um pedagogo. Sabia que, rezando,
ensinava a rezar. Aliás, a melhor maneira de aprender a rezar é rezando. Ele
nos introduz na sua oração pelos seus exemplos e por suas palavras. Os
discípulos viam Jesus rezando, pois passava as noites em oração (Lc 6,12).
Rezava as orações da tradição do povo e fazia preces espontâneas (Mt 11,25). Ia
ao monte para rezar (Mt 14, 23). Jesus ensinava o que significa rezar e qual é
o caminho da oração: Ele se dirige ao Pai. Tem um modo espontâneo e carinhoso
de falar com o Pai: “Abbá”, que quer dizer, Pai querido. Pela parábola do amigo
inoportuno podemos ver que a oração deve ser insistente. O assunto da oração
está no Pai Nosso que não é uma oração a ser recitada com fazemos, mas os
assuntos que devemos tratar e as prioridades dos assuntos. A oração, pelo que
vemos no Pai-Nosso, tem como assunto central ajustar-se ao que Deus é:
reconhecimento de sua santidade e o desejo de que ela se estabeleça, que o
Reino cresça e que sua vontade seja o caminho de todos. À medida que rezo,
estou ajustando-me às do Pai Nosso. Depois apresenta os pedidos fundamentais:
Pão, tanto eucarístico como o alimento corporal, o perdão e a proteção contra o
perigo de cair na tentação.
Continuamos
a oração de Jesus.
A grande novidade da oração cristã não é que
rezamos, mas que continuamos a oração de Jesus. Ele no-la deu como testamento.
Testamento significa que nós temos sua oração. Continuamos na terra sua oração.
O que necessitamos é saber estabelecer um ritmo de oração pessoal que se ajuste
ao nosso jeito e ao jeito de Jesus. Precisamos mesmo é de rezar, como Jesus e
Maria e tantos cristãos o fazem.
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