Evangelho segundo S. João 6,52-59.
Naquele
tempo, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode
Jesus dar-nos a sua carne a comer?!» Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em
verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes
o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e
bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira
bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar
em mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai,
também quem de verdade me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do
Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem
come mesmo deste pão viverá eternamente.» Isto foi o que Ele disse em
Cafarnaúm, ao ensinar na sinagoga.
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catequeses da Igreja de Jerusalém aos novos baptizados (séc. IV) N°
4; SC 126
«A minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira
bebida»
«Tomai e comei, isto é o meu corpo. […]
Tomai e bebei, este é o cálice do meu sangue» (Mt 26,26ss). Se o próprio Cristo
declarou, a propósito do pão: «Isto é o meu corpo», quem se atreverá a hesitar?
E se Ele próprio afirmou categoricamente: «Este é o cálice do meu sangue», quem
poderá duvidar? […] É pois com plena certeza que participamos no corpo e no
sangue de Cristo. Pois, sob o aspecto do pão, é o corpo que te é dado; e sob o
aspecto do vinho, é o sangue que te é dado, a fim de que, participando do corpo
e do sangue, te tornes um só corpo e um só sangue com Cristo. […] Desta maneira,
diz São Pedro, tornamo-nos «participantes da natureza divina» (2Ped 1,4).
Anteriormente, Cristo declarara, dirigindo-Se aos judeus: «Se não
comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós.»
Mas eles, não compreendendo estas palavras espirituais, afastaram-se
escandalizados. […] Na Antiga Aliança, também havia os pães da oferenda; mas
agora já não há motivo para se oferecerem os pães da Antiga Aliança. Na Nova
Aliança, há um «pão descido do céu» e um «cálice da salvação» (Jo 6,41; Sl
115,4). Pois, assim como o pão é bom para o corpo, assim o Verbo é conveniente
para a alma.
Também o Santo Profeta David explica o poder da
Eucaristia quando afirma: «Para mim preparais a mesa, à vista dos meus
adversários» (Sl 22,5). […] De que fala ele aqui, senão dessa mesa misteriosa e
mística que Deus nos preparou contra o nosso inimigo, o demónio? […] «E o cálice
inebria-me como o melhor vinho» (v. 5, LXX). Neste versículo, refere-se ao
cálice que Jesus tomou nas suas mãos quando deu graças e disse: «Este é o cálice
do meu sangue, derramado pela multidão em remissão dos pecados» (Mt 26,28). […]
David também dizia a este propósito : «O vinho, que alegra o coração do homem, o
azeite, que lhe faz brilhar o rosto, e o pão, que lhe robustece as forças» (Sl
103,15). Robustece o teu coração tomando este pão como alimento espiritual, e
alegra o coração e a alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário