PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Há sempre uma
esperança na dor.
A vinda de Cristo ao mundo é libertação e
alegria, como podemos ler no livro de Baruc, proclamada na primeira leitura
deste 2º domingo do Advento. Esta libertação é chamada de salvação. Todos os
tempos têm seus momentos felizes, mas também seus sofrimentos. O povo de Israel
fora levado para o exílio por culpa sua, por seu seus erros e injustiças e por
ter-se afastado de seu Senhor. São anos de sofrimento e dor. A cidade, como uma
mãe, reveste-se de luto e dor por seus filhos dispersos. O castigo de Deus é
sempre menor que sua bondade e misericórdia. Anuncia o fim do castigo. É a
libertação e salvação. A vinda de Cristo é libertação. Jerusalém é convocada a
ver seus filhos que chegam de longe, do exílio. Há sempre uma esperança para o
futuro. É este o modo como Deus nos trata: sempre deixa uma esperança.
Converter-se é
preparar.
Se
Deus é tão bom e vem ao nosso encontro com tanto carinho e com tanta ternura,
como diz S. Paulo na 2ª leitura (Filipenses 1,8), por outro lado, nossa
responsabilidade é corresponder para poder receber esta libertação. O pior
prisioneiro é aquele que não quer a liberdade. João Batista aponta como se deve
fazer para acolher este Redentor que vem. Repete as palavras dos profetas
Isaías: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas (...)” (Lc
3,4-6). É o convite a percebermos nossa realidade, nossas montanhas de
inutilidades, nossos vales de insuficiências voluntárias diante de Deus e
nossos caminhos tortuosos e estranhos que não levam à vida. Este convite é o
chamado a entrar no projeto de Deus, fazer o jogo dEle. O grande mal que
podemos nos fazer é querer tudo de Deus e ao fazer nada para que isso aconteça.
Deus não impõe, propõe. Basta querer e aceitar a mudança. Sem conversão não há
liberação, não há retorno à vida e à alegria. O tempo de Advento, tempo de
preparação para o Natal, lembra a permanente vinda de Deus. Assim como Deus se
preparou por séculos para o envio de seu Filho, nós também temos alguns
momentos para abrir a porta de nossa casa para acolher sua vinda.
E levará à
perfeição.
Paulo
escreve na carta aos Filipenses: “Tenho certeza de que Aquele que começou em
nós uma boa obra, há de levá-la à perfeição no dia de Jesus Cristo” (Fl 1,6).
Ação de Deus para nos conduzir não é só uma boa vontade. Ele fala e faz. Ele
não faz seu serviço pela metade. Vai até o fim. Paulo diz que se une em
comunhão com todos aqueles que estão unidos a ele na proclamação do Evangelho
(Fl 1,4-5). Esta comunhão é o afeto de Jesus Cristo por cada um. A redenção é
também afeto de Paulo que diz sentir saudades e reza por cada um. A libertação
não é uma idéia, é um ato de amor e comunhão de afeto. Este é o caminho da
chegada de Deus. É o berço que preparamos para o Natal correspondendo com afeto
ao grande amor manifestado por Deus na encarnação de seu filho.
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