Estamos
nos preparando para as alegrias natalinas. Vemos já os sinais do Natal. Isso
nos leva a sentir que o Natal veio para ficar. Realmente: a encarnação do Filho
de Deus é um fato definitivo. Não mais se separam a humanidade e a divindade da
pessoa do lindo Menino nascido em Belém. Para nós também a Encarnação é
definitiva. Estamos vivendo um tempo novo que se iniciou naquele sim de Maria.
Este tempo novo tem conseqüências felizes para a humanidade: rompeu-se o véu da
história e ela se tornou espaço para a manifestação de Deus. Inicia-se a
definitiva instauração do Reino de Deus que lentamente vai tomando conta do
mundo. O amor por fim reinará, pois nasceu como uma semente, foi morto e
explodiu vitoriosamente na Ressurreição. Este tempo de Deus em nosso tempo
chama-nos a atenção para as conseqüências da encarnação para nosso modo de
viver e ser Igreja. A Igreja não é só uma sociedade religiosa que se rege por
estatutos sociais e jurídicos. É algo mais profundo. Ela é uma expressão do
Reino de Deus que deve ser anunciadora desta nova realidade. Para que ela
compra sua missão, deve, também ela encarnar-se no mundo do mesmo modo como foi
a encarnação do Filho de Deus.
Encarnar-se
como Jesus.
Quando dizemos que Jesus se fez homem, não
nos lembramos de que ele se fez um homem de um determinado tempo, em
determinada povo e cultura. Anunciando seu evangelho, trouxe com ele as cores
de sua cultura e povo. Do mesmo modo como Jesus se encarnou, assim também a
Igreja deve se encarnar entre povos aonde vai anunciando o evangelho. Se assim
não faz, perde sua primeira finalidade: Tornar acessível a cada pessoa a
revelação de Deus em Jesus, como Ele o fez. Podemos ver pela história, como foi
difícil realizar esta proposta primeira da Encarnação do Filho. E mesmo agora a
Igreja sente dificuldades imensas nesta encarnação. Há sempre a busca de impor
uma cultura e um modo de ser. Não devemos renunciar às verdades fundamentais do
evangelho. A Igreja anuncia a mensagem de Jesus e não a si mesma, ou uma
cultura dominante, ou uma filosofia e até mesmo teologia de um tempo e à
estrutura que se eterniza. É conseqüência da Encarnação. Se não se adequar às
culturas, pode perfeitamente trair o anúncio do Evangelho. Jesus anunciou
dentro de uma cultura, mandando que fizéssemos a mesma coisa. É preciso falar a
língua da gente.
A Igreja que Jesus
quer.
Dentro desta reflexão, devemos pensar as
estruturas da Igreja, como feitas a partir das diversas realidades em que
vivemos, sem trair o evangelho para satisfazer a interesses. Por exemplo: na
liturgia temos tantos elementos incompreensíveis que pertencem a outros tempos.
Por que não repensar? A preocupação é cumprir normas. No campo da linguagem:
temos uma linguagem que não é entendida pelo povo. É preciso dialogar com todas
as culturas para delas recolher o que há de bom e santo e apresentar a alegre
noticia da presença de Deus no mundo na encarnação de seu Filho. Assim o Natal
sai do dia 25 de dezembro e invade todo ano. Feliz encarnação, Igreja!
http://padreluizcarlos.wordpress.com/
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