PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Acolher
em seu templo
A festa da Apresentação de Jesus no
Templo, dia 2 de fevereiro, está em união com a festa do Natal, pois, pela Lei,
“depois da purificação da mãe e do menino, todo primogênito masculino deveria
ser consagrado ao Senhor” (Ex
13,2). Jesus cumpriu todas as leis e costumes de seu povo. A festa de
hoje não pretende descrever o fato, mas dizer que Jesus é consagrado ao Pai. A
Apresentação de Jesus relata, como cantamos no salmo 23, a gloriosa entrada de
Deus no Seu templo: “Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais
alto antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!”. Esta é a
glória predita pelo profeta quando se reconstruía o templo: “A glória futura
deste Templo será maior do que a passada, disse Javé dos Exércitos, e neste
lugar eu darei a paz, oráculo do Senhor dos Exércitos” (Ageu 2,9). Jesus veio trazer a paz (Lc 19,42). Jesus é levado ao Templo para ser
apresentado ao Senhor. O verbo apresentar tem conotação sacrifical. Como o
primogênito pertencia Deus e deveria ser entregue em sacrifício, é resgatado (Ex 13,11-15), por ser
pobre, por dois pombinhos. O Menino é oferecido a Deus, por Lhe pertencer. Por
que o primogênito pertencia a Deus? No Egito, no momento da morte dos
primogênitos, os filhos dos hebreus foram poupados. Como passaram a pertencer a
Deus, deviam ser adquiridos através do sacrifício. Para Lucas Jesus não é
resgatado, pois continua pertencendo a Deus. Na festa de hoje temos a continuação
do símbolo da luz do Natal e dos Magos como lemos no cântico de Simeão: “Luz
para iluminar as nações, glória de Israel vosso povo” (Antífona de entrada). Esta luz vai
irromper na madrugada da Ressurreição. Vir a Seu templo significava
restabelecer o povo. Ele vem para a purificação. Assim serão aceitos por Deus.
O mensageiro que vem preparar o caminho é João.
Consagrados
para Deus
A Carta aos Hebreus dedica-se a mostrar que Jesus... “devia fazer-se em
tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um Sumo Sacerdote misericordioso... pois
tendo Ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora
sofrem a tentação” (Hb
2,17-18). A entrega de Cristo ao Pai, por Lhe pertencer, leva consigo
todos seus irmãos que “tem em comum a carne e o sangue” (14). Somos consagrados ao Pai em
Jesus, por isso participamos também de sua entrega aos irmãos. Consagração
exige crescimento como em Jesus. A luz é recordada na vela do Batismo, da
Crisma e dos funerais. É o símbolo de estar vigilante, como na parábola das 10
virgens que levavam lâmpadas acesas (Mt 25,1ss).
Envelhecer na fé
A narrativa da Apresentação se
encerra com uma curiosa presença de dois anciãos. Simeão é justo e piedoso. Ana
servia a Deus com jejuns e orações. Simeão era cheio do Espírito Santo e pôde identificar
em Jesus, o Messias. Maria, José e os dois anciãos representam o “resto fiel –
os pobres de Javé” que mantiveram a fé na esperança do Messias e O acolhem. A
festa, em sua conclusão, mostra a necessidade de envelhecer vivendo a fé,
deixar-se guiar pelo Espírito Santo, ouvi-Lo e distingui-Lo no meio dos rumores
e saber entregar a vida após ter visto a salvação. Como Ana, contar a todos a alegria de ter
encontrado o Messias. A Igreja é convidada a dar proteção e saber aproveitar-se
dos bens espirituais que acumularam. Todos
são convidados a crescer como Jesus em todas as dimensões. Só assim poderemos
amadurecer na fé como consagrados a Deus.
Leituras: Malaquias 3,1-4;Salmo 23;Hebreus
2,14-18; Lucas 3,32
1. A festa da Apresentação de Jesus no Templo
(02.02) está em união com o Natal. O primogênito deveria ser consagrado ao
Senhor. É Deus que vem com sua glória a seu templo. O primogênito deveria ser
resgatado através de um sacrifício. O primogênito pertencia a Deus.
2. A
Carta aos Hebreus mostra Jesus semelhante em tudo aos irmãos para ser um
sacerdote misericordioso, capaz de socorrer, pois passou pela mesma tentação.
Somos todos consagrados ao Pai em Jesus. Por isso participamos de sua entrega. Temos
o símbolo da Luz. Este nos acompanha no Batismo, Crisma e Funerais.
3. A
presença de Simeão e Ana ao lado de Maria e José lembram os pobres de Javé, o
resto fiel que manteve a fé na esperança do Messias. Mostra a necessidade de
envelhecer vivendo a fé e deixando-se guiar pelo Espírito. Como Ana, contar a
todos a alegria de ter encontrado o Messias. A Igreja deve proteger e
aproveitar-se dos bens espirituais que acumularam.
Sossegando os velhos
O povo de Deus viveu as esperanças
de ver um dia o Messias prometido. Havia uma profecia que dizia que a glória do
templo que estava sendo reconstruído, seria maior que a de Salomão (Ageu 2,9). Esta
glória foi Jesus. Simeão e Ana representam a esperança dos antigos realizada:
Viram o Messias. Que delícia para o coração deles!
José e Maria cumprem a
lei levando o primogênito ao templo, pois Ele pertence a Deus. Jesus vem ao
templo. Ele é o Rei da glória que toma posse do que é Seu. Ele vai purificar. Quem
é Ele? O infinito Filho de Deus que se faz homem igual a nós. Assim pode
compreender-nos e por isso é misericordioso e capaz de socorrer os que são
tentados.
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