segunda-feira, 30 de junho de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “Felizes sois vós”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Um ensinamento de vida!
 
O Evangelho de Mateus compõe-se de discursos nos quais coleta os ensinamentos fundamentais de Jesus. Temos na liturgia de hoje a leitura da introdução ao discurso da Montanha. Como Moisés que, do alto do Monte Sinai trouxe e lei de Deus, Jesus apresenta a Nova Lei. Aquela lei fora promulgada entre raios e trovões. Aí nasceu o povo. No monte das Bem-Aventuranças Jesus delineia o caminho do novo homem. Quem O ouve fica feliz. Jesus inicia propondo oito pilares desse novo povo. Basta dar estes oito passos para entrar no Reino. As bem-aventuranças são um retrato de Jesus a ser feito em nós. Jesus enfrentou inimigos fortes que O recusavam. Mas teve sempre uma palavra e um acolhimento carinhoso para com os fracos, os doentes e os pobres. A opção de Jesus para atender primeiro os frágeis, vem justamente da situação da maioria do povo que estava fragilizada de tantos modos. Desde o Antigo Testamento Deus deu particular atenção aos fracos como lemos no salmo 145. As leis protegiam os necessitados, mas não eram seguidas. As esperanças do povo se concretizaram num pequeno grupo que o profeta chama de resto de Israel. Eles colocaram sua esperança em Deus. Nele se estabelece a certeza da salvação que Deus oferece. Eles acolheram Jesus. É por isso que Jesus vai descrevê-los deste modo tão bonito: “Bem aventurados os pobres em espírito!” São eles o resto fiel. Maria, José e os primeiros discípulos pertenciam a esse grupo que tinha a esperança. 
Perfil do cristão feliz 
Cada cristão apresenta um aspecto das bem-aventuranças. A pobreza do cristão significa ser empobrecido e necessitado de Deus. Deus é a única riqueza que nos faz felizes. Nas dores sabem ter o consolo em Deus. É manso porque sabe estar bem com tudo. O que tem fome e sede de justiça Divina quer o bem de todos. O misericordioso é o que tem o coração do Pai. O puro de coração é o que vem de Deus. O promotor da paz vive a paz em si pelo contato com Deus e assim pode implantá-lo no mundo. O perseguido por causa da justiça sofre o que Ele sofreu e recebe que Ele recebeu. É o que se constata nas atitudes de Jesus e em suas palavras: pensa diferente do mundo. Com isso surge a oposição. Para o mundo a felicidade é o contrário das bem-aventuranças: riqueza, poder, despreocupação, injustiça, falta de perdão, agressividade, oposição a Cristo e seus fiéis. A salvação que Jesus oferece quer tirar o homem da situação do mal que tem seus inúmeros frutos perniciosos. Jesus cura o homem por dentro. 
Um projeto de vida 
Como realizar essas bem-aventuranças? O primeiro passo é estar unido a Cristo que é a Bem-Aventurança. Nele estão todas as virtudes, pois Ele é a Virtude. Os bons atos e o esforço pessoal são necessários. As bem-aventuranças não são bolas de Natal colocadas na árvore, mas frutos que vêm da árvore que é Cristo. É Ele quem produz fruto em nós e nós cooperamos para que sejam abundantes. O primeiro testemunho que os cristãos podem oferecer será sempre sua vida curtida no projeto de Jesus. Assim foi Jesus, assim devem ser seus seguidores. A Eucaristia é meio de nos unirmos a Cristo que é a seiva Divina que produz os frutos em nós. A educação cristã do discípulo deve passar por esses pontos fundamentais. É inútil uma fé, sem uma vivência concreta do projeto de Jesus. Nele podemos amadurecer Naquele que, por primeiro, viveu as bem-aventuranças.
Leituras: Sofonias 2,3;3,12-13; 
Salmo 145; 
1Coríntios 1,26-31; Mateus 5,1-12ª 
1. Jesus propõe as oito bem-aventuranças como o caminho para o novo povo de Deus viver o Reino. 
2. Cada cristão apresenta um aspecto das bem-aventuranças. Que não acolhe Jesus gera males que não dão produzem a felicidade. 
3. As bem-aventuranças são a seiva da árvore que é Cristo que produz frutos em nós. Acolhendo Cristo, somos o que Ele é. 
Aprendendo a ser gente 
S. Mateus, ao narrar o início da missão de Jesus, faz em poucas palavras, uma síntese de tudo o que iria ensinar. Primeiramente narra o início da vida de Jesus e no final a Paixão. Entre esses dois pólos, coloca cinco partes que englobam o ensinamento de Jesus. Iniciamos com o sermão da montanha. E neste, as bem-aventuranças. Elas são o fio que une e resume todo ensinamento de Jesus. Não são somente palavras, mas é o retrato falado de Jesus. Ele era assim. Às vezes procuramos o tipo físico de Jesus. Esse não é necessário. É bom saber seu tipo humano-espiritual. Assim como Ele foi, assim devemos ser. Gastamos muitas palavras para explicar a doutrina. Jesus com poucas frases apresentava tudo. É como vemos no texto de hoje. Primeiramente notemos que a primeira leitura nos diz quem são os humildes. Eles mantêm viva a esperança. E Deus cuida deles, como nos conta o salmo 145. Jesus enumera oito atitudes de vida que servem para orientar em nosso cotidiano. Está a dizer: Vivendo desse jeito, estão vivendo o evangelho. É curioso que procuramos tantos modos de viver e deixamos de lado aquele que Jesus oferece. O que nos ensina: Ser pobre de espírito, desapegado de tudo o que possa destruir a riqueza do Evangelho. Quem é pobre se preocupa em viver bem e que os outros vivam bem. Essa preocupação não prejudica o relacionamento, pois a mansidão cabe em qualquer lugar. Desse modo, com serenidade vai buscar a justiça em todos os sentidos, pois sem ela não se vive bem. Para não prejudicar os outros, quando vivemos procurando o bem, temos que ter misericórdia. Assim seremos entendidos. O que buscamos não tem má intenção. A pureza de o coração não é só afeto, mas é transparência dos olhos e das atitudes. Isso nos deixa em paz e não atropelamos os outros. Certamente que nem todo mundo concorda com esse nosso caminho. Daí surge a perseguição por causa de Jesus e seu ensinamento. Não há problema, pois já conquistamos o Céu e com grandes recompensas. A maior delas é ver que outros creram em Jesus e seguem o mesmo caminho. Tudo muito simples. Quanto mais fazemos como Jesus, mais gente seremos. 
Homilia do 4º Domingo Comum (29.01.2017)

EVANGELHO DO DIA - 30 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 8,18-22. 
Naquele tempo, vendo Jesus à sua volta uma grande multidão, mandou passar para a outra margem do lago. Aproximou-se então um escriba, que Lhe disse: «Mestre, seguir-Te-ei para onde fores». Jesus respondeu-Lhe: «As raposas têm as suas tocas e as aves os seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça». Disse-Lhe outro discípulo: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». Mas Jesus respondeu-Lhe: «Segue-Me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João da Cruz 
(1542-1591) 
Carmelita descalço, doutor da Igreja 
Ditos de luz e amor, 169-175
(Obras completas, Edições Carmelo, 
2005, pp. 101-102) 
«Segue-Me» 
Quanto mais te apartas das coisas terrenas, tanto mais te aproximas das celestes e mais te unes a Deus. Quem souber morrer a tudo encontrará a vida em tudo. Foge do mal, faz o bem, procura a paz. Quem se queixa ou murmura não é perfeito, nem sequer bom cristão. Humilde é quem se esconde no seu próprio nada e sabe abandonar-se a Deus. Manso é quem sabe suportar o próximo e a si mesmo. Se queres ser perfeito, vende a tua vontade, dá-a aos pobres de espírito, aproxima-te de Cristo com mansidão e humildade, segue-O até ao Calvário e ao sepulcro.

Santos Mártires Basílides e Potamiena

Enumera-se Basílides como o sétimo dos mártires. Ele levava ao martírio a célebre Potamiena, cuja fama até hoje é decantada entre os seus compatriotas. Depois de mil combates contra homens corruptos para defender a pureza do corpo e a virgindade pela qual ela se distinguia (pois, sem falar de sua alma, a beleza do corpo era nela qual flor que desabrocha), após mil tormentos e torturas terríveis, cuja narrativa é de arrepiar, foi, com sua mãe Marcela, consumida pelo fogo. Narra-se que o juiz, chamado Áquila, depois de ter submetido seu corpo inteiro a duros tormentos, por fim ameaçou-a de entregá-la aos gladiadores para desonrá-la. Mas ela refletiu por um instante e foi-lhe pedida uma decisão. Deu tal resposta que pareceu-lhes algo de ímpio. Enquanto ela falava, foi proferida a sentença e Basílides, um dos soldados a tomou e conduziu à morte.

São Teobaldo de Provins Sacerdote e eremita Festa: 30 de junho

1017 – Vicenza, 1066
 
Filho do Conde Arnulfo de Champagne, renunciou à vida confortável para abraçar o ideal ascético, inspirado pela vida dos santos padres do deserto. Juntamente com seu companheiro Walter, retirou-se para a Floresta de Petting, dedicando-se a uma vida de oração, trabalho manual e peregrinações. Sua fama de santidade atraiu muitos devotos, levando-os a buscar um lugar mais solitário: estabeleceram-se em uma capela em ruínas em Salanico, perto de Vicenza. Após a morte de Walter, Teobaldo liderou uma comunidade de discípulos e foi ordenado sacerdote pelo bispo de Vicenza. Sua fama também chegou à França, onde seus pais, já idosos, foram vê-lo novamente. Teobaldo, exausto por uma doença debilitante, suportou seu sofrimento com paciência e morreu em 1066. Patrono: Carvoeiros e curtidores 
Etimologia: Teobaldo = capitão forte, do grego 
Martirológio Romano: Em Salanica, na província de Vicenza, São Teobaldo, sacerdote e eremita, filho dos condes de Champagne, na França, juntamente com seu amigo Walter, preferiu as peregrinações a Cristo, a pobreza e a solidão às honras e riquezas.

Santa Lucina Mártir venerada em Rosate Festa: 30 de junho

O corpo sagrado de Santa Lucina, provável mártir dos primeiros séculos da era cristã, é venerado na igreja de Santo Stefano in Rosate, na Arquidiocese de Milão,
no altar do Crucifixo. 
Outra relíquia, do mesmo corpo, é venerada na igreja de Santa Lucina em Cortereggio di São. Giorgio Canavese (TO). 
Os restos mortais deste provável mártir, das Catacumbas de São Sebastião, na Via Ápia, em Roma, foram extraídos em 1621 com a autorização do Papa Gregório XV e entregues a Massa Lubrense. No século XX, o bispo de Sorrento, sob cuja jurisdição Massa Lubrense se encontra, doou-os ao Cardeal Alfredo Ildefonso Schuster, Arcebispo de Milão, que se interessava particularmente pela arqueologia sacra e pelo culto aos mártires (Beato desde 1996). Por ocasião do extraordinário ano jubilar da Redenção, em 1933, Schuster decidiu doar a algumas comunidades de sua vasta Arquidiocese algumas relíquias de mártires, que ele próprio considerava "um instrumento para renovar a fé". Santa Lucina, portanto, coube à antiga paróquia de Santo Estêvão em Rosate, perto de Milão. Em 12 de fevereiro de 1933, o próprio Arcebispo liderou a procissão que acompanharia as relíquias até seu novo destino. Inicialmente colocados em uma capsela de estanho acompanhada dos selos do bispo de Sorrento, eles foram então recompostos, por decisão do reitor da paróquia,

30 de junho - Beato Vasyl Vsevolod Velychkovskyj

Os servos de Deus, hoje inscritos no Álbum dos Beatos, representam todos os componentes da Comunidade eclesial: entre eles, encontram-se Bispos e sacerdotes, monges, monjas e leigos. Eles foram provados de muitas maneiras por parte dos seguidores das ideologias nefastas do nazismo e do comunismo. Amparados pela graça divina, eles percorreram até ao fim o caminho da vitória. É um caminho que passa através do perdão e da reconciliação; caminho que conduz à luz resplandecente da Páscoa, depois do sacrifício do Calvário. Estes nossos irmãos e irmãs são os representantes conhecidos de uma multidão de heróis anônimos, homens e mulheres, maridos e esposas, sacerdotes e consagrados, jovens e idosos que no decurso do século XX, o "século do martírio", enfrentaram a perseguição, a violência e a morte para não renunciar à sua fé. 
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 
27 de junho de 2001 
O Beato ucraniano Vasyl Vsevolod Velychkovskyj, depois de passar por perseguições indescritíveis, morreu aos setenta anos em Winnipeg, no Canadá, em 1973. Aparentemente de morte natural; surpreendentemente, a autópsia estabeleceu que a morte ocorrera por uma dose de veneno de ação lenta, dada ao bispo antes de sua partida para o exílio, em 1972. Assim terminou sua odisseia.

30 de junho - Beato Januário Maria Sarnelli

"Santificar a Cristo como Senhor em vossos corações"
(1 Pd 3, 15)
Estas palavras da Carta de São Pedro também lançam luz sobre a intensa e frutuosa atividade apostólica que Januário Maria Sarnelli, redentorista, deixado tanto nas pregações às pessoas quanto nos seus numerosos escritos. A comunhão íntima e pessoal que teve com Cristo era a fonte constante de seu zelo pastoral incansável. Sua vida humana e religiosa, como a de Santo Afonso Maria de Ligório de quem ele era um amigo e colaborador, foi expressa de uma forma particular, em uma acentuada sensibilidade em relação aos pobres, aproximou-os à luz da sua realidade como filhos de Deus. Sua evangelização era caracterizada por grande dinamismo: ele foi capaz de conciliar o compromisso missionário com o de escritor e o ministério sacerdotal, não menos desafiador, conselheiro e guia espiritual. Enquanto prosseguia nos padrões culturais da época, o novo Beato nunca negligenciou a procurar formas renovadas de evangelização para enfrentar os desafios emergentes. E por que, apesar de ter vivido em um período histórico em muitos aspectos longe do nosso, Januário Maria Sarnelli pode ser encaminhado para a comunidade cristã de hoje, no limiar do novo milênio, como apóstolo que se abriu para receber toda inovação útil para um anúncio mais incisivo da mensagem perene de salvação. 
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 12 de maio de 1996

Santa Erentrudes, Abadessa - 30 de junho

Em Salzburgo, na Baviera, atualmente na Áustria, Santa Erentrudes, primeira abadessa do mosteiro de Nonnberg e sobrinha de São Ruperto, a quem ajudou na evangelização com obras e orações. († c. 718)     Erentrudes (ou Erentraud, também conhecida como Erendruda) era originária da região de Worms (Palatinado). Foi chamada pelo Bispo de Juvanum (atual Salzburgo, Áustria), São Ruperto de Salzburgo, seu tio e diretor espiritual, para fundar em Nonnberg um mosteiro de religiosas, do qual veio a ser a primeira abadessa. Colaborou com os trabalhos apostólicos do bispo com a oração e cuidando da educação da juventude feminina. Como abadessa introduziu a regularidade monástica, privilegiando a vida de oração, da qual era um exemplo. Estando São Ruperto à morte, Erentrudes apareceu debulhada em lágrimas: "Pedi que eu vá convosco", disse-lhe ela. "Que desejais vós que eu venha a ser, quando não estiverdes presente, e me veja destituída do meu pai espiritual?" 

Martírio dos Primeiros Cristãos de Roma

Perseguição do Imperador Nero - († 64-67).
Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este facto é testemunhado pelo escritor pagão Tácito (Annales 15,44) e por São Clemente, bispo de Roma, papa, na sua Carta ao Coríntios (cap.5-6), do ano 96: “Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos de nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, sofreram perseguição e lutaram até à morte. Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prémio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé.

Marcial de Limoges Bispo, Santo Século III

São Marçal era bispo de Limoges no século III. Não temos informações precisas sobre suas origens, data de nascimento e morte nem dos actos de seu bispado. Tudo o que sabemos dele é de Gregório de Tours. Durante o consulado de Décio e de Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para pregar o Evangelho. Gatien foi mandado para Tours, Trofimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austromoine para Cler-mont e Marçal para Limoges. Marçal estava sempre acompanhado de dois padres trazidos por ele do Oriente, então pensa-se que ele também tenha vindo de lá. Ele foi bem sucedido na conversão dos habitantes de Limoges, onde foi sempre venerado. A imaginação popular, criadora de lendas, logo transformou São Marçal em um apóstolo do século I. Enviado para a Gália pelo próprio São Pedro, ele teria evangelizado não apenas a província de Limoges, mas toda a Aquitânia. Ele fez muitos milagres, incluindo trazer um morto de volta à vida, tocando-o com uma vara dada por São Pedro. A “Vida de São Marçal”, atribuída ao Bispo Aureliano, seu sucessor, mas na verdade um trabalho do século XI, desenvolve esta versão lendária. Segundo ela, Marçal teria nascido na Palestina e teria sido um dos setenta e dois discípulos de Cristo, teria assistido a ressurreição de Lázaro, estava na Santa Ceia, foi batizado por São Pedro, etc.

REFLETINDO A PALAVRA -“Pilares da Igreja”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Fé para evangelizar
 
A leitura dos Atos dos Apóstolos e da 2ª epístola a Timóteo narra o sofrimento e a fortaleza de Pedro e Paulo. Por serem discípulos de Jesus foram perseguidos. Em sua fé encontraram força na certeza da presença de Jesus. Paulo diz: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças” (2Tm 4,17). Pedro tem o mesmo sentimento: “Sei que o Senhor enviou o seu anjo para libertar-me do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (At 12,11). A fé é a garantia dessa certeza: “Tu és o Messias, Filho de Deus vivo”, diz Pedro (Mt 16,16). Paulo proclama: “Combati o bom, combate, completei minha carreira, guardei a fé” (2Tm 4,7). A missão dos dois apóstolos não é só uma obra apostólica, mas fruto de uma fé. Esta fé não é uma atitude primeiramente humana, mas vem do próprio Pai. Jesus o afirma: “Feliz és tu, Simão, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,17). O fundamento de toda a fé é o dom do Pai, acolhido pelo homem. Isto porque a fé supõe também a condição humana. Jesus afirma categoricamente: “Por isso Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Id 18). Aqui tem um jogo de palavras: Pedro e pedra são a mesma palavra em hebraico – Cefas. A fé está em uma pessoa. Lembramos que Jesus se encarnou na “humanidade” e os sacramentos têm a parte material, por exemplo, o pão e o vinho, a água etc... Por isso temos a missão de Pedro que é continuada pela Igreja, tendo Pedro, o Papa, como cabeça. O modo de o Papa ser Papa, varia de acordo com os tempos. Cada Papa nos abre uma compreensão de um aspecto de seu ministério. Nenhum Papa é igual ao outro, mas todos continuam a missão de Pedro de confirmar na fé (Lc 22,32). 
Um modo de viver da Igreja
Entre os muitos ensinamentos da festa dos dois apóstolos, podemos refletir a partir de sua missão que é a unidade de fé missão de Cristo na diversidade. A unidade se faz na fé. A mesma fé em situações diferentes traz um modo de ser Igreja. Esta não se fixa nas formas, mas no dinamismo da fé. Havia uma grande questão que incomodava as comunidades: “Os cristãos provindos do paganismo deveriam praticar a lei judaica?” Foi definido pelos apóstolos que os judeus convertidos seguiriam a lei de Moisés e as tradições e crendo em Jesus como Messias. Os gentios não teriam obrigação de seguir os preceitos da tradição judaica, mesmo sendo cristãos. São dois modos de ser Igreja. O modo judeu durou algum tempo. É importante para a Igreja abrir às pessoas o conhecimento de Jesus para que lhes seja dada a fé como foi dada a Pedro. Mas deve-se estar atento à diversidade das culturas para que não se atrele a fé a uma cultura, como aconteceu por séculos. Não se nega o valor da cultura de romana, mas as culturas dos povos também têm grandes valores. Esse é o ensinamento do Vaticano II no documento Ad Gentes sobre a missão (AG nº 10 e 22). 
Viver a fé na adversidade 
A liturgia do dia lembra um resultado da pregação dos apóstolos e ao mesmo tempo indica como devemos viver: “Concedei-nos viver de tal modo na vossa Igreja que, perseverando na fração do pão e na doutrina dos apóstolos e enraizados no vosso amor, sejamos um só coração e uma só alma” (Pós-Comunhão). Viver a fé exige que a vida de comunidade seja completa acolhendo a Palavra, formando a comunidade, unindo-se na oração e na festiva fraternidade. Não existe uma fé só para si. Cremos e entramos em um corpo que é a Igreja. Pedro, por ser mais próximo de nós, é mais conhecido que Paulo. 
Leituras: Atos dos Apóstolos 12.1-11;Salmo 33; 
2 Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19
1. Os apóstolos Pedro e Paulo são perseguidos, sofrem, mas sentem a força na fé em Jesus. Sua fé subsiste em sua condição humana. O Papa continua a missão de Pedro de confirmar na fé. 
2. Pedro e Paulo tiveram a mesma missão e a realizaram de modo diferente levando em conta a condição dos cristãos vindos do judaísmo e do paganismo. A Igreja deve estar atenta à diversidade de culturas como ensina o Vaticano II. 
3. A fé que recebemos nos leva a viver o espírito da comunidade primitiva que estava firme nos ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. 
Dois homens e um mundo 
A festa de S. Pedro e S. Paulo, reunindo estes dois pilares da Igreja, ressalta a unidade da missão de Cristo na diversidade das situações. É uma visão ampla e aberta a todos os povos. Jesus não abandonou o povo da antiga aliança. Por isso confiou a Pedro sua evangelização. Ele proclamou para os judeus Jesus como realizador das promessas. Paulo, não abandonou a tradição dos pais, pois realizou a missão do povo de Deus anunciando o Messias. Deus fez um povo para chegar a todos os povos, e não para que todos os povos chegassem a esse povo. Ensinamento dos dois apóstolos é um caminho de espiritualidade. Mesmo no sofrimento têm a presença de Jesus, pois assumiram sua vida e sua missão, continuavam o ministério, vivendo seu mistério. Celebrar os dois apóstolos é constituir comunidades completas perseverando na fração do pão e na doutrina dos apóstolos, enraizados no amor, tendo um só coração e uma só alma (Pós-comunhão). Como colunas da Igreja, souberam equilibrar o edifício feito de pedras vivas com duas tendências diferentes. A Igreja se estabeleceu no mundo pagão e no mundo judeu Os dois apóstolos nos dão as primícias da fé (prefácio): Temos o fundamento na profissão de fé de Pedro e no combate de Paulo pela fé. Somos chamados a derrubar as barreiras e manter a unidade. E sejamos fiéis.
Homilia da festa de S. Pedro e S. Paulo (03.07.2016)

ORAÇÕES - 30 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Segunda-feira – Santos: Lucina, Basílides, Teobaldo
Evangelho (Mt 8,18-22) “Então um mestre da Lei aproximou-se e disse: − Mestre, eu te seguirei aonde quer que vás.”
Fico imaginando até onde esse homem seguiu Jesus. Espero que tenha aceito a condição que ele lhe apresentou, e que apresenta a todos nós: “venha, mas não lhe prometo nem onde descansar a cabeça”. Seja qual for nosso modo de seguir Jesus, temos de estar preparados para tudo, ou melhor, para nada, para não ter garantia de nada nesta vida, a não ser a garantia da paz e do seu amor.
Oração
Senhor Jesus, sempre tivestes e tendes muitos discípulos dispostos de fato vos seguiram até o fim, mesmo nas piores condições. Admiro sua coragem, e peço que me ajudeis a ser um pouco mais corajoso e desprendido. Peço o necessário para a vida, mas também vos peço força para suportar privações. Peço ânimo e coragem, e ajuda especial nos momentos de desânimo e abandono. Amém.

domingo, 29 de junho de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “Crescendo amor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
A caminho do altar
 
É inesquecível aquela maravilhosa entrada da noiva rumo ao altar. E lá, ele, vendo-a em todo seu esplendor. Música, flores, convidados, sonhos, lágrimas e enfim a palavra mágica: “Promete amá-la”? Não querendo brincar, no momento atual a mala se torna importante no casamento. Partir... e buscar outros caminhos. Aumentam sensivelmente o número dos divórcios no Brasil. Diante desse fato, Papa Francisco sobre a preparação para o sacramento do matrimônio. Como a expectativa é para a vida, então é urgente dar vida à preparação. Casar e ajuntar são coisas diferentes. Casar-se na Igreja é um sacramento que supõe a fé e o compromisso de fidelidade e empenho total nessa causa que é a mútua entrega. Toda a preparação não é um ato isolado, mas envolve toda a vida pastoral da Igreja. O futuro da Igreja está na família. Quem tem convivência com as questões de casamento na Igreja sabe que o que menos interessa é o aspecto religioso. Tudo mais vem primeiro. Tudo isso passa. O que sobra não sustenta o casamento. Por isso há uma insistência na preparação. A comunidade participa para o bem dos noivos, pois ela “tem consciência que os que se casam são um recurso precioso, porque, esforçando-se sinceramente por crescer no amor e no dom recíproco, eles podem contribuir para renovar o próprio tecido de todo corpo eclesial” (AL 207). A preparação não significa acumular temas e textos de reflexão, mas é preparação na vivência da comunidade. É uma iniciação ao sacramento do matrimônio. É necessária muita abertura dos noivos de saber ouvir e ver a sabedoria. Casamento se aprende também. Assim resumo um pouco as palavras do Papa. 
Passos de um noivado 
O primeiro elemento rico para um futuro matrimônio é a vida da família. Por isso é bom os jovens participarem, com a família, da vida religiosa da comunidade. É um aprendizado na escola do saber amar. O tempo de namoro e noivado é tempo de aprender a conhecer a outra pessoa e ver se são capazes de se amar no modo próprio que cada um é. Não há curso para aprender a amar. O Papa lembra que a preparação para o matrimônio está em ação desde o nascimento. Digamos que já na gestação. O matrimônio dos pais é a primeira escola. A pastoral poderá e deverá criar momentos de celebração para o dia dos namorados, aniversários de namoro, benção de anéis de compromisso etc... A pastoral não se preocupa com os namorados e noivos. Na verdade não sabe o que fazer. Certo que os noivos também demonstram pouco interesse. Sempre fica a pergunta: viveram tanto tempo de namoro e noivado e se separam logo depois. Por quê? Não aprenderam a amar? Pode ser que a família não proporcione esses elementos de formação por um testemunho negativo. Temos outras famílias para testemunho. A idade dos noivos já ajuda discernir. 
Caminhando com responsabilidade 
O namoro e sua concretização em um noivado é o tempo da graça de Deus trabalhar o coração para o maior conhecimento do parceiro. É o momento de selar o conhecimento do outro. O afeto é fundamental, mas não sustenta o casamento se não estiver alimentado por um conhecimento responsável do parceiro. Os conflitos não terão como serem resolvidos. É importante que no namoro e no noivado se conheçam para não terem a decepção diante dos primeiros problemas. O afeto e o carinho são necessários. Conhecer um ao outro sustentará o afeto. É tempo de namorar, saber quem é a outra pessoa. Sem esse conhecimento está fadado ao fracasso. As durezas da vida de casal se vencem porque são sustentadas no conhecimento do amor.
ARTIGO PUBLICADO EM JANEIRO DE 2017

EVANGELHO DO DIA 29 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 16,13-19. 
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Bento XVI 
Papa de 2005 a 2013 
Audiência geral de 07/06/06 
A fé de São Pedro, pedra e fundamento para a Igreja
«Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus» (Mt 16,18-19). As três metáforas às quais Jesus recorre são muito claras: Pedro será o fundamento, a rocha sobre a qual apoiará o edifício da Igreja; ele terá as chaves do Reino dos Céus, para abrir e fechar a quem melhor julgar; por fim, poderá ligar ou desligar, no sentido em que poderá estabelecer ou proibir o que considerar necessário para a vida da Igreja, que é e permanece a Igreja de Cristo. Esta posição de preeminência que Jesus decidiu conferir a Pedro verifica-se também depois da ressurreição (cf Mc 16,7). Pedro será, entre os apóstolos, a primeira testemunha de uma aparição do Ressuscitado (cf Lc 24,34; 1Cor 15,5). Este seu papel, realçado com decisão (cf Jo 20,3-10), marca a continuidade entre a preeminência obtida no grupo apostólico e a preeminência que continuará a ter na comunidade que nasceu depois dos acontecimentos pascais. O facto de vários textos essenciais relativos a Pedro poderem ser relacionados com o contexto da Última Ceia, na qual Cristo conferiu a Pedro o ministério de confirmar os irmãos (cf Lc 22,31s), mostra que a Igreja que nasce do memorial pascal celebrado na Eucaristia tem no ministério confiado a Pedro um dos seus elementos constitutivos. Esta contextualização do primado de Pedro na Última Ceia, no momento da instituição da Eucaristia, Páscoa do Senhor, indica também o sentido último deste primado: Pedro deve ser, para todos os tempos, o guardião da comunhão com Cristo; deve conduzir à comunhão com Cristo; deve evitar que a rede se rompa (cf Jo 21,11), para que a comunhão universal perdure. Só podemos estar com Cristo, que é o Senhor de todos, estando juntos. A responsabilidade de Pedro é, assim, garantir a comunhão com Cristo pela caridade de Cristo, conduzindo à realização desta caridade na vida de todos os dias. Rezemos para que o primado de Pedro, confiado a pobres pessoas humanas, possa ser sempre exercido neste sentido original querido pelo Senhor, para ser cada vez mais reconhecida no seu verdadeiro significado pelos irmãos que ainda não estão em plena comunhão connosco.

São Pedro e São Paulo, Apóstolos

"O martírio dos santos apóstolos Pedro e Paulo consagrou para nós este dia.
 Não falamos de mártires desconhecidos. 
Sua voz ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do mundo a sua palavra (Sl 18,5). 
Estes mártires viram o que pregaram, seguiram a justiça, proclamaram a verdade,
 morreram pela verdade. 
Pedro, o primeiro dos apóstolos, que amava Cristo ardentemente, mereceu escutar: Por isso eu te digo que tu és Pedro (Mt 16,19). Antes, ele havia dito: Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo (Mt 16,16). E Cristo retorquiu: Por isso eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei minha Igreja (Mt 16,18). Sobre esta pedra construirei a fé que haverás de proclamar. Sobre a afirmação que fizeste: Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo, construirei a minha Igreja. Porque tu és Pedro. Pedro vem de pedra; não é pedra que vem de Pedro. Pedro vem de pedra, como cristão vem de Cristo. Como sabeis, o Senhor Jesus, antes de sua paixão, escolheu alguns discípulos, aos quais deu o nome de apóstolos. Dentre estes, somente Pedro mereceu representar em toda parte a personalidade da Igreja inteira. Porque sozinho representava a Igreja inteira, mereceu ouvir estas palavras: Eu te darei as chaves do Reino dos Céus (Mt 16,19).

Santa Ema de Gurk, Condessa e monja - Festejada 29 de junho

A vida de Ema de Gurk teve de ser rastreada pela História com o raciocínio de um pesquisador, contando com poucos traços seguros e interpretando as mais diversas e seculares tradições austríacas. Os registros afirmam que seus pais eram nobres cristãos e que ela nasceu em 980, na cidade de Karnten, Áustria. Levava o título de Condessa de Friesach-Zeltschach desde seu nascimento e foi apresentada à corte imperial de Bamberg por Santa Cunegunda. Ema contraiu núpcias com o Conde Guilherme de Sanngau, que pertencia a mais rica nobreza do Ducado da Carintia, uma belíssima região das montanhas austríacas, com quem teve dois filhos: Hartwig e Guilherme. No mesmo dia perdeu seu esposo e seus filhos, que foram assassinados. Depois disso, Ema viu-se sozinha com o patrimônio de uma família que não existia mais. Com a orientação espiritual do bispo de sua cidade, direcionou sua vida no sentido de auxiliar aos pobres e de fundar mosteiros, que colocou sob a regra dos beneditinos. Primeiro fundou o Mosteiro Feminino de Gurk e mais tarde o Mosteiro Masculino de Admont. Feito isto, em 1043 ingressou como religiosa no Mosteiro de Gurk. Entretanto não existem informações precisas se ela se tornou abadessa como outras fundadoras, ou se permaneceu uma simples monja beneditina.

Beatas Salomé e Judite de Niederaltaich, Reclusas - 29 de junho

        Beata Judite
Em Niederaltaich, a festividade de São Gotardo (Godehard) permitiu que a vida monástica florescesse de uma forma excelente por um longo tempo. Os monges não só levavam uma vida estrita e sagrada para si mesmos, mas eles levaram no caminho da santificação todos os que se voltavam para eles com confiança. Da Abadia de Waltgerus, uma virgem chamada Salomé veio aos monges deste mosteiro para ser guiada por eles no caminho da perfeição cristã.
     Salomé, parenta próxima do rei, decidiu oferecer a Deus o seu amor abandonando a corte real. A sua formosura era o reflexo das belas virtudes que lhe adornavam a alma.
     Duas empregadas dedicadas e fiéis notando na senhora mudança muito grande e querendo saber os motivos de seu recolhimento, interpelaram-na. Salomé, com suas santas argumentações, acabou despertando nelas igual desejo de pertencer só a Deus e de se afastarem do mundo. De comum acordo, e sem se despedirem de pessoa alguma, empreenderam uma viagem à Terra Santa, onde, com muita devoção, visitaram os Santos Lugares.

Stas. Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, Mártires chinesas - 29 de junho

Martirológio Romano: No território de Dujiadun, próximo de Shenxian, as santas mártires Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, sua filha, que na mesma perseguição foram tiradas do local em que se haviam escondido, morrendo por causa de sua fé em Cristo, a segunda lançada ainda viva no sepulcro. Na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, a Igreja também se recorda de alguns mártires de dezenove séculos depois, os quais fazem parte dos 120 chineses canonizados em outubro de 2000. Por muitos séculos, até nos dias atuais, os cristãos chineses têm sido vítimas de perseguições violentas que atingiram um ápice no ano de 1900, com a assim chamada “revolta dos Boxers”.

Pedro de Roma Apóstolo, Papa, Mártir, Santo Século I

I. SIMÃO PEDRO
, como a maior parte dos seguidores de Jesus, era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Era pescador, como o resto da família. Conheceu Jesus por intermédio de seu irmão André, que pouco tempo antes, talvez naquele mesmo dia, tinha passado uma tarde inteira em companhia de Cristo, juntamente com João. André não guardou para si o tesouro que tinha encontrado, “mas, cheio de alegria, correu a contar ao seu irmão o bem que tinha recebido”[1]. Pedro chegou à presença do Mestre. Intuitus eum Iesus… “Jesus, fitando-o…” O Mestre cravou o olhar no recém-chegado e penetrou até o mais íntimo do seu coração. Como teríamos gostado de contemplar esse olhar de Cristo, capaz de mudar a vida de uma pessoa! Jesus olhou para Pedro de um modo imperioso e tocante. Nesse pescador galileu, ou melhor, para além dele, Jesus via toda a sua Igreja através dos tempos. O Senhor mostrou conhecê-lo desde sempre: Tu és Simão, filho de João! E também conhece o seu futuro: Tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedro. Nestas poucas palavras condensavam-se a vocação e o destino de Pedro, a sua tarefa neste mundo.

Paulo de Tarso Apóstolo, Mártir, Santo Século I

A celebração dos 2000 anos do nascimento do grande apóstolo [São Paulo] dá-nos a ocasião para conhecermos mais em profundidade a sua vida e o admirável testemunho de Cristo e do Evangelho que nos deixou. São Paulo é um grande sinal da ternura de Deus não apenas para o seu tempo e para toda a história cristã, mas também para a nossa geração. Nele se revela como Deus pode mudar uma pessoa de fanático intolerante contra Cristo em apóstolo e testemunha apaixonado do mesmo Cristo que antes combatia. Porquê esta mudança? Ele considera que foi apanhado por Cristo e que é uma maravilha tê-lo conhecido (cf Fl 3). Por isso, nada lamenta do que deixou para trás, pois encontrou um bem muito mais precioso, a fé em Cristo e a graça do Seu Evangelho. Não quer outra coisa senão correr para diante em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. Paulo é testemunha da beleza e da força de vida que nos vem da fé em Cristo. O Livro dos Actos dos Apóstolos e as cartas que escreveu às comunidades cristãs comunicam-nos o grande amor que encontrou no Senhor e que ele mesmo se esforçou para dar a conhecer. Nos textos litúrgicos da solenidade dos santos Pedro e Paulo, encontramos vários elementos para conhecemos melhor este apóstolo. Na Carta aos Gálatas, reconhece que Deus o chamou pela sua graça e lhe revelou o seu Filho para que ele o anunciasse aos gentios. O próprio Jesus Cristo lhe revelou o Evangelho que ele comunicava aos outros (cf Gl 1, 11-20). Na segunda carta a Timóteo, o apóstolo, prisioneiro em Roma, faz o balanço da sua vida: testemunha que, no seu combate pelo Evangelho e sua proclamação aos homens, o Senhor esteve sempre a seu lado e lhe deu força para desempenhar a missão que lhe estava confiada.

Raimundo Lulo Franciscano, Mártir, Bem-aventurado ca. 1235-ca. 1315

Raimundo Lulo nasceu por volta de 1235 em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares. Nascido no seio de uma família abastada, Raimundo consagrou toda a sua fortuna ― quando seus pais faleceram ― à evangeli-zação. Efectivamente, inflamado do zelo das almas, entrou na Ordem Franciscana Secular, tratou da fundação de um colégio onde vieram estudar os futuros mis-sionários, os quais ali aprendiam as línguas árabe e hebraica, visto que estes numerosos “estudantes” eram destinados à propagação da fé cristã nos países muçulmanos e em Israel. Homem de grande cultura, considerado por muitos como “um dos maiores génios da Idade Média, e sem dúvida o espírito mais original do seu tempo”, Raimundo Lulo viajou muito e encontrou-se mesmo, durante a sua vida com três Papas, para solicitar o apoio destes às suas iniciativas que nem sempre foram das mais felizes. Escreveu sobre quase todas as disciplinas humanas, sendo alcunhado “doutor iluminado”. A sua produ-ção imensa inclui obras de teologia, filosofia, ciência e pedagogia, romances filosóficos, poemas líricos e místicos da maior beleza. Foram-lhe atri-buídos tratados de magia e alquimia que não lhe pertencem, segundo alguns historiadores que tratam da Idade Média.

Há 97 anos consagração da China à Nossa Senhora, Imperatriz da China-Santas Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, Martires chinesas – 29 de junho 

Um fato miraculoso ocorreu em 1900 e foi aprovado pelas autoridades eclesiásticas em 1924. O bispo jesuíta Henri Lecroart propôs que fossem consagrados à Nossa Senhora a China, a Mongólia, a Manchúria e o Tibete, sob a invocação de Nossa Senhora Imperatriz da China.
Nossa Senhora, Imperatriz da China, também conhecida como Nossa Senhora de Sheshan
24 de maio de Nossa Senhora de Sheshan - Dia mundial da oração na China
     "O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12,13).
     Ninguém ignora a férrea repressão na China vermelha a tudo que possa se referir a religião. Repressão, sobretudo, anticristã. Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong-Lu em Boading e Sheshan em Shangai. O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica nacional infiel ao Papa, criada pelo Partido Comunista), o Santuário a Dong-Lu permanece firmemente com a Igreja Católica Romana, chamada "Igreja Subterrânea". Desde 1924, católicos chineses provenientes de todas as localidades da China, viajavam todos os meses de maio para Dong-Lu com a finalidade de venerar a Mãe Santificada de Cristo.

ORAÇÕES - 29 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Domingo – S. Pedro e S. Paulo
Evangelho (Mt 16,13-19) “Tu és feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um saber humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu.”
Jesus foi levando seus discípulos para o norte, pela margem esquerda do rio Jordão, até perto da cidade de Cesareia de Filipe, a uns cinquenta quilômetros do lago de Genesaré. Os habitantes dessa região em geral eram pagãos. Não sabemos se Jesus andava por ali a anunciar ao povo a chegada do Reino, ou se apenas estava instruindo seus apóstolos. O certo é que queria deles uma manifestação clara de suas certezas. Depois que lhe disseram o que os outros pensavam, pergunta-lhes diretamente: “E para vós, quem eu sou?”. Pedro responde em nome de todos, e nenhum o contesta: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Podiam chegar a essa declaração porque tinham visto e ouvido muita coisa. Mas principalmente porque tinham sido iluminados por Deus mesmo.
Oração
Senhor Jesus, eu também vos reconheço como meu Salvador e meu Deus. Reconheço que dependo totalmente de vós, que só em vós posso ter esperança. Sois minha vida e minha salvação. Agradeço porque me escolhestes e chamastes; conquistastes meu coração, e me fizestes acreditar em vós. Aumentai, Senhor, minha fé, ajudai-me a me unir ainda mais a vós. Sou feliz e privilegiado porque vos conheço e aceito como caminho, verdade e vida para mim. Fazei que em minha vida eu mostre sempre a alegria de ser vosso seguidor. Que outros, vendo minha alegre felicidade, queiram também estar entre vossos discípulos. Guardai-nos na vossa amizade, e não permitais que vos sejamos infiéis. Amém.

sábado, 28 de junho de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “O Reino de Deus está próximo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
A começar dos mais fracos.
 
Jesus inicia seu ministério na Galiléia, tendo inclusive mudado de residência, passando a viver em Cafarnaum, uma cidade mais populosa, movimentada com comércio, caminho do mar e na margem do lago da Galiléia. Jesus começa sua atividade numa região mal afamada. É chamada Galiléia dos pagãos (Mt 4,15 – Is 8,23b) . Era uma população que sofrera uma mistura de povos. Os galileus eram mal vistos. Jesus ensina até com a geografia que Deus procura os necessitados. A mentalidade de Jesus era procurar a ovelha perdida, misturar-se com os pecadores, receber publicanos e prostitutas, conversar com mulheres e crianças, estar com gente que não conhecia a lei (Jo 7,49). Era uma posição social sim, mas nascida do amor de Deus pelos abandonados. Ele ouve sempre o grito do povo que sofre a escravidão, como podemos ver no Êxodo, nos salmos, nos evangelhos etc. Notemos que, o modo de Jesus iniciar seu ministério, vai ser a maneira de conduzi-lo. Que nossa pastoral, em lugar de privilegiar os bons, procurasse os necessitados e estimulasse os “bons” para fazer o mesmo caminho. O início do ministério de Jesus é o chamado à conversão. Esta se dá no coração da pessoa, como se dá o início da pregação de Jesus: anuncia num mundo imerso em trevas para que sejam iluminados por uma nova luz. Saíram do escuro do desconhecimento para a vida nova do Reino. A conversão é a chave da missão de Jesus. Sem ela permanecem as trevas. 
Passando, disse: “Segui-me”! 
Jesus usa a mesma mentalidade para escolher seus apóstolos. Os apóstolos que chama são pessoas humildes e fracas, gente do povo. Ele parte dos pobres para anunciar a riqueza do Reino. Nesta escolha convoca-nos a acreditar nas pessoas e dar chance a todos de poderem exercer o seu dom na comunidade. A formação do apóstolo se dá na convivência com Jesus. Estar com Ele é o modo de aprender a ser missionário do Reino, continuar o que fazia e como fazia. Aceitar o convite é se comprometer com uma pessoa concreta. A Igreja sempre contou com ministros sagrados para as celebrações e para a pregação. A vocação consiste sempre no chamado oficial da Igreja. Para saber se o chamado se dirige a uma pessoa autêntica, é preciso saber da conversão ao Reino. Aí temos os desencantos da vocação. Se, pelo contrário, a resposta parte de um coração convertido aos valores do Reino, podemos ter certeza de um autentico chamado. Ministério não é um emprego, mas um processo permanente de conversão, sempre saindo das trevas para a luz. 
Tudo por um Reino. 
O ambiente do Mar da Galiléia é uma constante na pregação de Jesus. Jesus usa a palavra pescar quando convida os discípulos para segui-Lo. Pescar nas águas profundas significa tirar as pessoas do mar do obscuro e do desconhecimento e do abandono total. É preciso lutar, remar e se esforçar. Lançar as redes é contar com a força da palavra de Jesus. A presença de Jesus é a garantia de boa pesca no lago profundo do mundo. Assim somos convocados a segui-Lo, estar com Ele e com Ele exercer a missão. Esta missão é a chamada à conversão para que o Reino de Deus se estabeleça entre nós. Por isso Paulo diz na carta aos Coríntios que todos são de Cristo. Não temos partidos. A Eucaristia nos põe em missão, como Jesus. Não podemos nos acomodar com as estruturas da Igreja e dizer que sempre foi assim. É necessário ver se essa estrutura corresponde ao que se necessita no momento. É preciso sempre voltar à fonte saindo das trevas para a Luz que é Jesus e seu Reino. Jesus continua passando e chamando. Quer um mundo que se renova. 
Leituras: Isaias 8,23b-9,3; Salmo 26;
1Coríntios 1,10-13.17; Mateus 4,12-23 
1. Jesus inicia sua missão nas trevas da Galiléia para conduzi-la à luz através da conversão. 
2. Os apóstolos farão o mesmo caminho. Para quem segue Jesus é preciso o comprometimento da conversão. 
3. Somos convocados a seguir Jesus, estar com Ele e com Ele exercer a missão. 
O que não brilha pode ter ouro. 
No garimpo se luta por uma pedrinha dourada. O que não fazem para encontrá-la? O que não serve vai sendo jogado fora. Jesus começou o contrário. Viveu na Galiléia dos gentios, quer dizer, pagãos. Era uma terra meio pagã. Na destruição de Samaria, capital do reino do Norte (721 AC), os judeus são levados para Nínive e em seu lugar são trazidos estrangeiros pagãos. Assim se misturam. Acabam por ser meio judeus e meio pagãos. Por isso os samaritanos e judeus legítimos estarão sempre em briga. Jesus escolheu gente dali para ser discípulo seu. Eram muito humildes e simples. Jesus conhecia o valor daquela gente e sabia escolher o que iria brilhar. Os judeus diziam: pode vir alguma coisa de Nazaré (Jo 1,46)? Era da Galiléia. Nenhum profeta viera da Galiléia (Jo 7,52). Maria e José eram simples. Jesus igualmente, pois admiravam sua sabedoria, tendo vivido ali. Os sumos sacerdotes se admiraram dos apóstolos serem tão firmes em suas palavras, sabendo que eram iletrados. O profeta Isaias anuncia um tempo novo. “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte uma luz resplandeceu” (Is 9,1). Jesus era essa luz: “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz” (Mt 4,16). Estamos no início da pregação de Jesus que escolhe seus discípulos à beira mar para serem os libertadores dos homens das profundas trevas. Somente conhecendo o sofrimento podemos saber ajudar na libertação. Os pobres são os herdeiros das promessas de Deus e recebem também a missão de levar a outros as notícias da conversão. Os pobres, para Mateus, são todos os que se abrem à riqueza de Deus e vêem o mundo com os olhos de Deus. 
Homilia do 3º Domingo Comum (22.01.2017)

EVANGELHO DO DIA 28 DE JUNHO

Evangelho segundo São Lucas 2,41-51.
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados três dias, encontraram-no no Templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todos estes acontecimentos em seu coração. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Gertrudes de Helfta 
(1256-1301) 
Monja beneditina 
O Arauto, Livro IV, SC 255 
As virtudes do coração de Nossa Senhora 
Durante a Missa, [Gertrudes] viu a gloriosa Mãe do Senhor, maravilhosamente adornada com o brilho de todas as virtudes. Lançando-se humildemente a seus pés, a alma começou a suplicar-lhe que se dignasse prepará-la para receber o santíssimo corpo e sangue de seu Filho. Então, a Santíssima Virgem pôs-lhe ao pescoço um belíssimo colar de sete pontas, em cada uma das quais havia uma espécie de joia extremamente preciosa. O colar simbolizava as principais virtudes com que Nossa Senhora tinha agradado ao Senhor. A primeira joia representava a sua atraente pureza; a segunda, a sua humildade fecunda; a terceira, os seus desejos fervorosos; a quarta, o seu conhecimento luminoso; a quinta, o seu amor inextinguível; a sexta, a sua alegria soberana; a sétima, a sua paz inalterável. Quando a alma se apresentou aos olhos de Deus adornada com o colar, o Senhor ficou tão encantado e cativado pela beleza destas virtudes que, como que arrebatado de amor, Se inclinou para ela com toda a omnipotência da sua divindade, a atraiu – oh maravilha! – e, apertando-a ternamente ao seu coração, a encheu de afetuosas carícias. O Espírito Santo, qual brisa infinitamente ligeira, parecia sair do coração do Senhor e, com o seu bafo cheio de suavidade, passava docemente pelas sete joias do colar que a alma trazia ao pescoço; e elas serviam-lhe de instrumento musical para cantar um louvor à Trindade suprema.

Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria

Festa: Sábado após o segundo domingo de Pentecostes (celebração móvel) - Memorial
 
O primeiro promotor da festa litúrgica do Imaculado Coração de Maria foi São João Eudes, que começou a celebrá-la com os religiosos de sua congregação por volta de 1643. Em 1668, a festa e os textos litúrgicos foram aprovados pelo cardeal legado para toda a França. Somente após a introdução da festa do Coração de Jesus, em 1765, foi concedida a faculdade, aqui e ali, de celebrar a do Coração de Maria, que até mesmo o Missal Romano de 1814 ainda lista entre as festas "pro aliquibus locis". O culto ao Imaculado Coração de Maria recebeu um forte impulso após as aparições de Fátima em 1917. Foi em Fátima que Nossa Senhora prometeu: "por fim, meu Imaculado Coração triunfará". Em 1944, o Venerável Pio XII estendeu esta memória mariana de origem devocional à Igreja, situando-a em 22 de agosto, oitava da Assunção. Apenas dois anos antes, o Papa Pacelli havia consagrado a Igreja e a humanidade ao Imaculado Coração de Maria, uma consagração renovada por São João Paulo II em 13 de maio de 1982. A reforma litúrgica após o Concílio Vaticano II transferiu essa memória para o sábado após a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, como facultativa. Foi São João Paulo II quem a tornou obrigatória. Em 25 de março de 2022, o Papa Francisco consagrou o povo ucraniano e russo em particular ao Coração de Maria. Esta celebração nos convida a meditar sobre o mistério de Cristo e da Virgem em sua interioridade e profundidade. Maria, que guarda as palavras e as ações do Senhor, meditando-as em seu coração (Lc 2,19), é a morada do Espírito Santo, a sede da sabedoria (Lc 1,35), a imagem e o modelo da Igreja que escuta e testemunha a mensagem do Senhor. Martirológio Romano: Memória do Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria: guardando em seu coração a memória dos mistérios da salvação realizados em seu Filho, ela esperava com confiança seu cumprimento em Cristo.

Beato Joachim Senkivskyj, sacerdote e mártir Festa: 28 de junho

(*)Haji Velyky, Ucrânia, 2 de julho de 1896
(+)Drohobych, Ucrânia, 28 de junho de 1941 
Nasceu em 2 de maio de 1896 na aldeia ucraniana de Haji Velyky, na província de Ternopil. Após concluir seus estudos no seminário teológico em Lviv (Lviv), foi ordenado sacerdote em 4 de dezembro de 1921 e, em seguida, enviado para Innsbruck, onde continuou seus estudos e obteve o doutorado em teologia. Pouco depois, em 1923, ingressou como noviço no mosteiro da Ordem Basiliana de São Josafat, perto de Krekhiv. Após emitir seus primeiros votos, foi transferido para o mosteiro de Krasno Pushcha e, em seguida, para o mosteiro de Lavriv, também perto de Ternopil. Entre 1931 e 1938, ocupou vários cargos no seminário de Santo Onofre, em Lviv, e, finalmente, em 1939, foi eleito proto-igumeno do mosteiro de Drohobych. Ali, ele foi preso pelas autoridades do regime comunista russo em 26 de junho de 1941 e, três dias depois, em 29 de junho, segundo testemunhas oculares, morreu jogado vivo em um caldeirão de água fervente na prisão da cidade. Ele compartilhou o martírio com seu irmão Severijan Baranyk. Nascido em 1889 em uma aldeia no oeste da Ucrânia, Joachim Senkivskyi demonstrou desde cedo uma profunda inclinação para a fé católica. Após concluir o ensino médio, ingressou no seminário em Przemyśl, onde foi ordenado sacerdote em 1921.

Beato Severiano Baranyk, Sacerdote e Mártir Festa: 28 de junho

(*)Uhniv, Ucrânia, 18 de julho de 1889
(+)Drohobych, Ucrânia, 28 de junho de 1941 
Nasceu em 18 de julho de 1889. Em 24 de setembro de 1904, ingressou no seminário da Ordem Basiliana de São Josafat, perto de Krekhiv, emitiu os votos perpétuos em 21 de setembro de 1910 e foi finalmente ordenado sacerdote em 14 de fevereiro de 1915. Em 1932, foi eleito abade do mosteiro Basiliano em Drohobych, província de Lviv. Dedicava-se especialmente ao trabalho com jovens e era conhecido como um zeloso pai espiritual. Em 26 de junho de 1941, foi preso pela NKVD e levado para a prisão da cidade de Drohobych. A partir daí, ninguém mais o viu vivo. Após a retirada dos bolcheviques, as pessoas começaram a procurá-lo, e seu corpo torturado e mutilado foi encontrado na prisão. Algumas testemunhas oculares relataram que uma cruz era visível no corpo do mártir, esculpida em seu peito por seus torturadores. Ele compartilhou o martírio com seu irmão Jakym Senkivskyj. 
Martirológio Romano: Na cidade de Drohobych, na Ucrânia, nasceram os bem-aventurados Severiano Baranyk e Joaquim Senkivskyj, sacerdotes da Ordem de São Josafá e mártires, que, em tempos de perseguição contra a fé, por seu martírio tornaram-se participantes da vitória de Cristo.

São Paulo I, papa

Paulo, caso único na Igreja, foi o primeiro Papa a suceder seu irmão, Estêvão II, também Papa, após seu falecimento, no século VIII. Este homem bondoso governou a Igreja, cujas terras foram invadidas pelos Lombardos, mas recebeu ajuda dos Francos. Paulo I salvou muitas relíquias cristãs dos saques. 
† 767 (Papa de 29/05/757 a 28/06/767) 
Paulo, um caso único na Igreja, é o primeiro Papa a suceder um irmão Pontífice. Isso aconteceu no século VIII, após a morte de Estêvão II. Um homem gentil, ele governa a Igreja em cujas terras os lombardos se alastram. Ele trabalhou para tornar o pontificado independente da autoridade do imperador bizantino, apoiando-se no rei dos francos. Construiu várias igrejas e oratórios e salvou muitas relíquias cristãs do saque.
Martirológio Romano: Em Roma, São Paulo I, Papa, que, homem gentil e misericordioso, vagava silenciosamente à noite pelas celas dos pobres doentes, servindo-lhes comida; defensor da verdadeira fé, escreveu aos imperadores Constantino e Leão, para que as imagens sagradas fossem restituídas à sua veneração original; devoto cultivador dos santos, transferiu os corpos dos mártires dos cemitérios em ruínas para basílicas e mosteiros dentro da Cidade com hinos e cânticos e cuidou de seu culto.

Santa Potamena de Alexandria Festa: 28 de junho

Alexandria, † ca. 202
 
Eusébio de Cesareia, em sua "História Eclesiástica", conta a história de Orígenes, um jovem teólogo cristão que, durante a perseguição de Sétimo Severo, se destacou por seu zelo em ensinar a fé aos pagãos. Entre seus discípulos, Eusébio registra sete que sofreram o martírio, oferecendo um relato detalhado da história de Basílides, um soldado convertido ao cristianismo graças ao heroísmo da virgem Potamena. Basílides, inicialmente fascinado pela fé cristã, mas ainda hesitante em ser batizado, testemunhou o martírio de Potamena, permanecendo profundamente tocado por sua fé inabalável. A própria morte dela o levou a confessar sua fé cristã, e ele próprio foi martirizado logo depois. Eusébio enfatiza a intercessão de Potamena em favor de Basílides, destacando a crença da Igreja primitiva no poder intercessor dos santos. O historiador Eusébio, bispo de Cesareia (265-340), narra que, durante a perseguição de Septímio Severo (193-211), enquanto os catequistas da Escola de Alexandria se dispersavam, Origine, um filósofo e teólogo cristão (185-254), então com dezessete anos, contatado por alguns pagãos ávidos pela verdade, começou a instruí-los na fé cristã, com tal ardor e doutrina incomuns em um jovem daquela idade, que sua fama se espalhou, até mesmo pagãos e filósofos cultos afluíam para ouvi-lo.

Santa Maria Du Zhaozhi Mártir Festa: 28 de junho

† 28 de junho de 1900
 
Ela era uma mulher cristã que viveu na China na segunda metade do século XIX. Era uma mãe devota e apoiadora de seu filho padre. Quando perseguidores tentaram capturar cristãos, Maria se recusou a fugir e abandonar sua fé. Junto com seu filho, ela escolheu enfrentar o martírio em vez de renunciar a Deus. 
Martirológio Romano: Na localidade de Jieshuiwang, perto da cidade de Shenxian, na mesma província, Santa Maria Du Zhaozhi, mártir, que, mãe de um sacerdote, desistiu de fugir para não trair a fé de Cristo e serenamente submeteu sua cabeça ao machado de seus inimigos. 
Nascida em uma época marcada pela perseguição e discriminação contra os cristãos, Maria Du Zhaozhi cresceu imersa nos valores da fé, nutrindo um profundo amor pelo Evangelho. Sua vida foi permeada por uma devoção sincera, que ela compartilhou com seu filho, um padre comprometido em espalhar a palavra de Deus. Em 1900, uma onda de feroz perseguição atingiu os cristãos da região de Jieshuiwang, perto da cidade de Shenxian.