quarta-feira, 6 de setembro de 2023

EVANGELHO DO DIA 6 DE SETEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 4,38-44. 
Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre muito alta e pediram a Jesus que fizesse alguma coisa por ela. Jesus, aproximando-Se da sua cabeceira, falou imperiosamente à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se e começou logo a servi-los. Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes com diversas enfermidades traziam-nos a Jesus e Jesus, impondo as mãos sobre cada um deles, curava-os. De muitos deles saíam demónios, que diziam em altos gritos: «Tu és o Filho de Deus». Mas Jesus, em tom severo, impedia-os de falar, porque sabiam que Ele era o Messias. Ao romper do dia, Jesus dirigiu-Se a um lugar deserto. A multidão foi à procura dele e, tendo-O encontrado, queria retê-lo, para que não os deixasse. Mas Jesus disse-lhes: «Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do Reino de Deus, porque para isto fui enviado». E pregava pelas sinagogas da Judeia. 
Tradução litúrgica da Bíblia
Santo Euquério (450) 
Bispo de Lyon 
Elogio do deserto 
«Jesus dirigiu-Se a um lugar deserto» 
Podemos dizer que o deserto é o templo sem limites do nosso Deus, pois Aquele que mora no silêncio aprecia locais retirados. Foi aí que muitas vezes Se manifestou aos seus santos; foi no contexto da solidão que Se dignou vir ter com os homens. Foi no deserto que Moisés, com a face banhada de luz, viu a Deus. Aí, foi-lhe permitido conversar familiarmente com o Senhor: dialogou com o Senhor do Universo como um homem fala com o seu semelhante. Foi aí que recebeu a vara de prodigiosos poderes: entrou no deserto como pastor de ovelhas, saiu dele como pastor de povos (cf Ex 3; 33.11; 34). Também o povo de Deus, quando foi resgatado do Egito e libertado dos trabalhos forçados, foi conduzido a locais retirados, refugiando-se no isolamento. Sim, foi no deserto que se aproximou deste Deus que o arrancou à servidão. E o Senhor tornou-Se chefe do seu povo, guiando os seus passos através do deserto. Pelo caminho, dia e noite, manifestava-Se numa coluna, numa chama ardente, numa nuvem relampejante, em sinais vindos do céu. Deste modo, os filhos de Israel puderam ver o trono de Deus e ouvir a sua voz durante o tempo em que viveram na solidão do deserto. Será necessário acrescentar que só chegaram à terra dos seus sonhos após a permanência no deserto? Para que o povo entrasse um dia na posse da terra onde corria leite e mel, teve primeiro de passar por locais áridos e não cultivados. É sempre através do acampamento no deserto que nos encaminhamos para a verdadeira pátria. Quem quer «vir a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos» (Sl 27,13), tem primeiro de habitar uma região inabitável. Quem quer tornar-se cidadão dos céus, tem primeiro de tornar-se hóspede do deserto.

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