Santos no Pai
Temos a alegria de “celebrar numa só festa méritos de todos os Santos” (Oração). É uma festa quase como repescagem. Não podemos nos fixar no termo: Como não temos esse santo no calendário, damos essa oportunidade de ninguém ficar fora. A festa vai além de calendário e entra no senso próprio da Igreja Santa. Mais que nos lembrar dos santos, lembra a nós nossa condição de processo de santificação. Lemos no prefácio: “Festejamos, hoje, a cidade do Céu, a Jerusalém do alto, nossa Mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso louvor”. Santidade consiste em ser no Pai. Fazemos coisas, mas para sermos no Pai. A Igreja sempre privilegiou os santos. Primeiro os mártires que deram a vida, depois os monges que entregaram a vida na oração e trabalho. São Bento dizia: “Ora et Labora”: reza e trabalha. Depois passamos pelos santos e santas que dedicaram suas vidas a Deus em uma atividade concreta. A grande atividade dos fiéis cristãos é a vida na comunidade Igreja a favor do mundo dos necessitados. Todo santo foi caridoso e se envolveu com a libertação de todos os sofrimentos. Mesmo envolvidos em tantas atividades, tinham seu tempo para Deus. Aqui lembramos as profissões e de modo particular a vida de família. Esses compõem o cortejo que canta em torno do Cordeiro. E cada um foi desenhado o coração do Pai. Não há necessidade do conhecimento intelectual, mas a vivência do amor. Assim Deus marca sua imagem em nós. Não há necessidade de uma vida de Igreja, mas Igreja que é vida
Mãos puras e inocente o coração
Ninguém tem direito a fechar o Céu a ninguém. João viu 144 mil assinalados... e uma imensa multidão vinda de todas as nações, tribos, povos e língua, e que ninguém podia contar’ (Ap 7,9). Admira-me que nós e outros, temos a mania de criar critérios de quem vai para o Céu. “Todos lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14). E os pecados? Deus já os perdoou em Cristo em sua morte. Não podemos fazer uma religião do Inferno, do Pecado, da Desgraça. Lemos em Romanos: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20). Paulo é claro: O dom da graça supera infinitamente o pecado. Vivemos séculos sob o tacão do pecado. Não é assim que a Palavra ensina. Deus não tem mais nada para fazer por nós, pois já nos deu tudo em Jesus Cristo. Que falta nos dar? Paulo insiste: “Onde abundou o pecado, superabundou a Graça (Rm 5,20)”. Notamos que, na vida espiritual, damos mais valor ao pecado que à graça. Somos preocupados em vencer certos pecados e não em deixar crescer em nós a graça. Tiramos as folhas secas, mas não fortalecemos a árvore em suas raízes e em seu tronco.
Por sua intercessão
Pedimos na Eucaristia que a graça de Deus nos santifique para que, da mesa de peregrinos, passemos ao banquete do Reino (Pós-comunhão). Rezamos aos santos porque estão junto do Pai. Que podem por nós? Participam do poder de Deus e o que se refere a eles se refere a Deus. Nessa comunhão estamos em união a todos do Corpo de Cristo, os dos Céus, os da terra e os do Purgatório, isto é, o processo de purificação. Nesse ponto temos dificuldades de explicação, pois conhecemos pouco do Mistério do Corpo Místico de Cristo. Todos estamos Nele e nos acolhemos uns aos outros e nos fortificamos. Mais que celebrar os santos desconhecidos e esquecidos, celebramos uma Igreja Santa e frágil.
Leituras: Apocalipse 7,2-4.9-14; Salmo 23;
1 João 3,1-3; Mateus 5,1-12ª)
1. Todo santo foi caridoso e se envolveu com a libertação de todos os sofrimentos.
2. Deus não tem mais nada para fazer por nós, pois já nos deu tudo em Jesus Cristo.
3. Mais que celebrar os santos esquecidos, celebramos uma Igreja santa e frágil.
Meu santo sumiu!
Eu tinha um santinho que estava sempre comigo. Eu não saia de casa sem El(Ele). Era minha segurança. Já estava com sinais de uso. Era meu santo. Sumiu. Onde foi parar? Não há mais santo? Para que serve o santo se não está aí para me garantir?
É uma questão importante em nosso relacionamento com os santos. Eles não são imagens, amuleto, garantia de nossos apertos. Eles são nossos irmãos que estão junto de Deus e rezam por nós.
Por que rezam? Para que estejamos unidos a Deus.
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