PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Subir ao templo
Continuando sua catequese, depois de explicar que a oração deve ser incessante, Jesus nos faz ver o núcleo da oração: a que nasce do coração. Dois homens sobem ao templo para orar. O templo era a casa de Deus. Ali era o lugar da oração. Jesus, sem desqualificar a função do templo, coloca a oração no templo do coração. Um era fariseu e outro publicano. O fariseu era um observante da lei e cumpria todos os mandamentos com perfeição: Ele toma a posição correta de se rezar: Em pé, rezando no seu íntimo. Agradece por não ser como os outros homens. Seu agradecimento por não cometer o pecado, passa por diversos mandamentos. Agradece sua fidelidade à lei e à aliança. Tem pureza em seus procedimentos, não rouba, faz justiça, não come adultério, cumpre os preceitos do jejum, jejuando duas vezes por semana, paga o dízimo. Mas comete um erro brutal: não sou como os outros homens, por exemplo, como esse publicano. Sua oração ofende os olhos de Deus por julgar o outro. O publicano não vai ao templo para desfilar. Ele é judeu, como o fariseu, mas é cúmplice com o invasor romano. Pelo lucro que recebe, é encarregado de cobrar os pesados impostos para império romano. Por isso eram odiados e desprezados pelo povo. Lembramos que Jesus era amigo dos pecadores e publicanos. Era um crime. O publicano está distante. Toma uma atitude humilde e reza em silêncio sinceramente arrependido. Tem vergonha e bate no peito em sinal de dor e pede do fundo de sua miséria: “Tem piedade de mim que sou pecador” (Sl 50,3).
Quem se exalta será humilhado
Jesus fala forte: “Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro, não. Pois quem se eleva será humilhado e, quem se humilha será elevado” (Lc 18,14). Ser justificado é ser readmitido à amizade Divina. A humildade é a elevação a Deus. O orgulho, mesmo fazendo boas coisas, como é o caso do fariseu, destrói a amizade Divina. Aqui Jesus revela o que acontece com Ele mesmo em sua humilhação, como lemos na carta aos Filipenses 2,5-11. Foi ao máximo da humilhação para um ser divino que se fez inferior a todos, indo até à morte. Por isso Deus o exaltou e lhe deu um nome que está acima de todo nome, isto é, o nome Divino. O Homem humilhado é elevado. Na parábola, Jesus não desfaz do fariseu pelo bem que faz, mas por se colocar acima do fraco pecador. Isso acontece muito em nossas comunidades na busca pelo poder. Existem os que se julgam puros, santos e ungidos. E têm a ousadia de dizer que o outro não é ungido. Quem é dono do Espírito? Ele é silencioso, pois age no cerne do amor-humildade, aquele que se põe a serviço. Assim foram nossos santos. Olhem a Ir. Dulce foi puro amor e humildade
Paulo e seu Senhor
Palavras finais mostrando sua vida cheia do Senhor e por isso repleta de uma entrega total ao seu ministério de evangelizar até ao sangue derramado. Ele se une a seu Senhor no sacrifício. É sua identificação com seu Redentor. Diz: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”(2Tm 4,7). Espera a recompensa que será dada a ele e a quem fizer o caminho de Cristo. Foi abandonado pelos seus. Mas ele tem sempre a presença de Cristo: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças; e fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações” (Id 17). Paulo fala de sua boa obra na humildade do publicano. Na Eucaristia, o Senhor nos educa a termos a atitude humilde de ficarmos ocultos para que a vida seja dada a todos.
Cheio de si, vazio de Deus
Quando se faz uma pintura do fariseu e o publicano, o fariseu é sempre pintado barrigudo. E olha que jejuava duas vezes por semana. O texto da parábola tem um ensinamento claro sobre a necessidade da humildade, não de palavras, mas de vida, como em Jesus.
O fariseu todo empinado, se mostra orgulhoso do bem que faz. O publicano, grande pecador, se mostra todo humilde pelo reconhecimento de sua situação triste de pecador público. Todo mudo sabia que ele não era bom, pois era opressor do povo em benefício dos romanos. Sendo humilde se coloca numa atitude de conversão pelo pedido de perdão sincero.
A batalha cristã, como a de Paulo, nos leva até à boca do leão. Mas Deus está sempre de nosso lado. Por isso não há necessidade de empinar o bico.
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