Evangelho segundo S. João 12,24-26.
Naquele
tempo, disse Jesus aos discípulos:«Em verdade, em verdade vos digo: "Se o grão de
trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo
conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e
onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o
honrará."
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
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Comentário do dia:
São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo - Sermão 40
À primeira vista, um grão de mostarda é
pequeno, vulgar e desprezível; não tem sabor, não exala cheiro, não deixa
presumir doçura. Depois de ser triturado, contudo, difunde o seu odor próprio,
dá mostras do seu vigor, tem um gosto de chama e queima com ardor tal, que a
pessoa se espanta por encontrar tão grande fogo em grão tão pequeno. […] Assim
também a fé cristã parece, à primeira vista, pequena, vulgar e frágil; não
demonstra o seu poder, não faz alarde da sua influência. Mas, depois de ter sido
triturada por várias provas, dá mostras do seu vigor, faz brilhar a sua energia,
exala a chama da sua fé no Senhor. O fogo divino fá-la vibrar com um fulgor tal
que, ardendo ela própria, aquece os que dela partilham, como disseram Cléofas e
o companheiro quando o Senhor conversou com eles após a Paixão: «Não estava o
nosso coração a arder cá dentro, quando Ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras?» (Lc 24,32) […]
Podemos comparar o santo mártir
Lourenço ao grão de mostarda. Triturado por múltiplas torturas, mereceu a graça
de um martírio glorioso. Enquanto habitava o seu corpo, era humilde, ignorado e
vulgar; depois de ter sido torturado, rasgado e queimado, difundiu sobre os
fiéis de todo o mundo o bom odor da sua nobreza de alma. […] Visto de fora, este
mártir ardia nas chamas de um tirano cruel; mas era consumido do interior por
uma chama maior, a chama do amor de Cristo. Bem pode o ímpio rei juntar a lenha
e acender uma fogueira intensa, que São Lourenço, no ardor da sua fé, já não
sente essas chamas. […] Os sofrimentos deste mundo já não têm poder sobre ele; a
sua alma habita no céu.
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