Evangelho segundo S. Lucas 4,14-22a.
Naquele
tempo, impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a Galileia e a sua fama
propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e todos o elogiavam. Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia
de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-Lhe o livro do
profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a
boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos
cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do
Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam
fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes:
«Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de
graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge
beneditino
Sobre a Trindade, PL 167, 787
«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me
ungiu»
Este óleo com que Nosso Senhor, o Filho de
Deus, foi ungido - e é por isso que Lhe chamamos «o Ungido», ou seja, «Messias»
em hebraico e «Cristo» em grego - é o Espírito Santo; e a unção dos reis, dos
sacerdotes e dos profetas era apenas um sinal, um indício material. [...] A
Igreja recebeu o Espírito Santo nos patriarcas, nos reis e nos profetas, antes
de o Santo dos santos, o Sumo Pontífice, Jesus Cristo, o Filho de Deus, ter sido
ungido. [...] O sacerdócio da Antiga Lei, símbolo do sacerdócio novo, é
consagrado primeiro pelo óleo, mas depois é-o pelo sangue; porque o Sumo
Pontífice do verdadeiro tabernáculo celeste (Heb 9,11ss) foi consagrado primeiro
pelo Espírito Santo, e depois pelo seu próprio sangue.
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