sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Senhor, sois bom e clemente!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
A força do Reino
            Jesus contou parábolas usando a semente como explicação. Ouvimos, no domingo passado, a parábola do semeador. Agora Jesus toma a semente da mostarda para explicar a verdade do Reino. Podemos ajudar Jesus e oferecer a semente do eucalipto, que é pequeníssima, mas produz uma árvore imensa. Jesus quer explicar que a força de crescimento do Reino é como a força presente em uma sementinha. Por menor que seja, pode produzir uma árvore gigantesca. Toda a vida da árvore está ali. Usa também a comparação do Reino com o fermento que tem em si a força de crescer a massa. No começo, tudo é pequenino, mas cresce. O modo de pensar humano não é o mesmo de Deus. Podemos dizer: “Isso não dará em nada”. Deus põe no Reino sua vida e força. Jesus começa sua pregação anunciando a proximidade do Reino de Deus. Depois o anuncia presente e o identifica consigo mesmo. Com esta parábola, Mateus está a estimular sua comunidade a não ter medo de ser frágil, pequena, sem expressão. A força da comunidade não está em sua aparência, mas, na força interna que possui que é o dinamismo do Reino de Deus, força que ninguém pode segurar. Por menores que sejamos, temos a força do Reino. O crescimento do Reino sempre é lento, pois as árvores de cerne não crescem depressa. O Reino não tem pressa. Vivemos tempos em que ficamos desanimados pela nossa fragilidade e pequenez diante do mundo. A força do Mal é passageira. Muitos dizem que a Igreja está decaindo. De certa forma sim, naquilo que é desnecessário ou mutável, mas não na força interna que possui e que vencerá: “E as portas do inferno não darão conta dela” (Mt 16,18). E também: “Tende coragem: Eu venci o mundo!” (Jo 16,33).
Aprendendo de Deus
            Jesus conta outra parábola, agora, sobre a semeadura. Um homem semeou boa semente e apareceu a má semente, o joio. Os empregados querem arrancar. Não, diz o senhor, pois pode arrancar o trigo. Vamos deixar crescerem juntos e, na hora da colheita, o joio vai para o fogo e o trigo para o celeiro. Vejamos a explicação: A plantação corre o risco de ser invadida pela erva do Maligno. Os filhos do Reino devem saber conviver com o mal. Há uma esperança de os filhos do mal se converterem. Isso diz o Livro da Sabedoria: “Teu domínio sobre todos te faz para com todos indulgente... Dominando tua própria força, julgas com clemência e governas com grande consideração. Assim procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser humano” (Sb16.18-19) . Mesmo dentro de nós há uma luta entre qualidades e defeitos. Não podemos nos arrebentar, mas, ter misericórdia conosco, e ir superando. Vivemos em comunidades com pessoas “difíceis”. A receita é a mesma. Esperar que a graça possa mudá-las. Mas é preciso pensar no fim.
O Espírito intercede por nós
            O Reino é obra de Deus. O Espírito Santo é a vida desse Reino. Sua missão é de santificar, isto é, colocar-nos em contato permanente com Deus. Ele é a oração. Nós participamos dela. Os gemidos inefáveis são a linguagem da Trindade. Esta linguagem, nós não a temos. Como vivemos a vida de Deus, é o Espírito que continuamente nos une a Deus. Não se trata de linguagem especial. O especial é ser linguagem de Deus que o Espírito fala. À medida em que nos abrimos ao Espírito, melhor participamos desta sua oração. No cultivo das sementes do Reino em nós, a chuva que as faz germinar é a oração. Na Eucaristia usamos nossa linguagem para falar pelo Espírito.

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